A Venezuela enfrenta rutura de stock em 70% dos fármacos, segundo números da Federação Farmacêutica deste país.
A prednisona e o cellcept - imunossupressores que evitam a rejeição de órgãos transplantados - já não existem nas farmácias públicas nem privadas, o que colocou em situação de risco centenas de pacientes que não podem suspender a medicação, sob pena de perderem o órgão transplantado.
"Quando a prednisona humana acabou, toda a gente começou a procurar a canina", afirma o presidente da Federação Farmacêutica, Freddy Ceballos.
"Estas pessoas estão a correr risco de vida", afirma Francisco Valencia, presidente da Fundação Amigos Trasplantados.
Kevin Blanco, de 47 anos, esteve sem os dois medicamentos durante um mês até terça-feira, quando voltou a receber os remédios. Durante esse período consumiu prednisona para animais.
"É humilhante saber que a minha vida depende de um medicamento para animais", comenta Kevin Blanco. O próprio médico alertou-o que a ingestão deste remédio veterinário seria "por sua conta e risco".
O governo de Nicolás Maduro - que não divulga números oficiais sobre a falta de remédios desde fevereiro de 2014 - nega a falta de prednisona, indicando que em julho Cuba enviou um lote de 1,2 milhões destas pílulas.
Por trás da falta de fármacos, está a crise gerada pela queda dos preços do petróleo que afeta vários setores da economia do país.
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