"Uma iniciativa e resposta célere por parte do El Corte Inglés, que tranquiliza os consumidores e que a DECO aplaude", comenta a associação de defesa do consumidor.

Ontem, a DECO alertou que "o chocolate do calendário do advento do El Corte Inglés contém substâncias potencialmente perigosas. Por precaução, desaconselhamos o seu consumo" e informou que iria reportar a situação à autoridade de segurança alimentar e económica ASAE.

A DECO, em conjunto com as congéneres europeias Test-Achats (Bélgica), Altroconsumo (Itália) e OCU (Espanha), realizou testes aos vários calendários do advento à venda no mercado europeu. "Cada país analisou cinco marcas à venda nos respetivos mercados nacionais, num total de 20 produtos. Em Portugal, comprámos as cinco marcas de calendários do advento disponíveis na altura nas principais cadeias de supermercado da região de Lisboa: El Corte Inglés, Favorina (Lidl), Ferbar, Jacquot e Pingo Doce", explica a associação de defesa do consumidor.

"O objetivo do estudo foi determinar a presença de hidrocarbonetos de óleos minerais (MOSH e MOAH), substâncias consideradas potencialmente perigosas para a saúde, no chocolate desses calendários", acrescenta.

Segundo a DECO, o calendário do advento El Corte Inglés contém hidrocarbonetos aromáticos de óleos minerais (MOAH). "Por precaução, não aconselhamos o consumo deste chocolate. Além disso, encontrámos pequenas quantidades de hidrocarbonetos saturados de óleos minerais (MOSH) em todas as marcas", conclui.

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Alerta da Autoridade Europeia de Segurança Alimentar

A Europen Food Safety Authority (EFSA, Autoridade Europeia de Segurança Alimentar) admite que os MOAH têm um "potencial risco cancerígeno". Os MOSH não são potencialmente cancerígenos, mas tendem a acumular-se em vários órgãos. Segundo a EFSA, "atualmente é impossível determinar os efeitos para a saúde da acumulação de MOSH".

As agências para a segurança alimentar de França, Bélgica e Alemanha também emitiram pareceres onde recomendam que se limite ao máximo a exposição dos alimentos aos MOAH. Quanto aos MOSH, aconselham a minimização da contaminação alimentar.

"Estes hidrocarbonetos de óleos minerais são moléculas que derivam de processos de refinação do petróleo, carvão, gás natural ou biomassa. Podem chegar aos alimentos por via ambiental ou de lubrificantes usados nos equipamentos durante a produção. Outro meio possível são os resíduos resultantes da migração de materiais em contacto com os alimentos", indica a DECO.

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