As feridas crónicas, provocadas por úlceras diabéticas ou queimaduras, poderão começar a ser tratadas ao nível da escala nanométrica. Investigadores da Universidade Hebraica de Jerusalém, em Israel, são os mentores desta descoberta.

A má circulação sanguínea decorrente da diabetes resulta, muitas vezes, em ferimentos na pele que não cicatrizam, causando infecções, dor e, por vezes, a necessidade de amputar membros.

Várias proteínas, chamadas fatores de crescimento, foram detectadas para acelerarem o processo de cicatrização, no entanto, a purificação destas proteínas é muito cara, e não permanecem durante muito tempo no local lesionado.

Engenharia genética

Cientistas da Universidade Hebraica, em conjunto com pesquisadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, utilizaram a engenharia genética para produzir uma proteína "robótica" do fator de crescimento que respondesse à temperatura.

O aumento da temperatura faz com que dezenas destas proteínas se dobrem, simultaneamente, numa nanopartícula, que é mais de 200 vezes menor do que um fio de cabelo.

Este comportamento simplifica a purificação de proteínas, tornando a sua produção muito mais em conta financeiramente. A abordagem permite também que o fator de crescimento seja condicionado, ficando localizado na zona da queimadura ou ferida.

Os cientistas denominam esta sua descoberta como robótica, pois tal como os robôs são máquinas que respondem ao seu meio ambiente através da realização de uma atividade específica, assim também esta proteína responde e reage ao calor.
A droga experimental, que havia sido desenvolvida pelo grupo de pesquisa como uma pomada tópica, já foi patenteada.

Até à data, a droga foi apenas utilizada para tratar feridas crónicas em ratos de laboratório diabéticos, mas o objectivo dos investigadores é avançar, num futuro próximo, para a realização de testes clínicos em humanos, após alguns refinamentos da pesquisa.

24 de Fevereiro de 2011

Fonte: The Medical News