Pessoas infetadas ou afetadas pela hepatite C concentraram-se na Assembleia da República, 4 de fevereiro de 2015 em Lisboa

Para Luís Mendão, dirigente do GAT, “o acordo é verdadeiramente histórico e vai no sentido certo, que é a eliminação da hepatite C”.

“Estamos muito orgulhosos de termos conseguido pressionar suficientemente o governo e a indústria farmacêutica para terem mudado de posição em relação àquilo que eram os seus pontos de partida”, afirmou Luís Mendão em declarações à agência Lusa.

Segundo o dirigente do GAT, o acordo é histórico também no sentido em que corresponde a uma “mudança de posição do governo e da indústria”, numa tentativa de encontrar uma plataforma em que “todos ganham” e na qual “impera a visão da saúde pública de que se deve tratar toda a gente”.

Luís Mendão reconhece que não é possível querer tratar as pessoas sem discutir os preços dos medicamentos com os laboratórios, indicando que a grande discordância do GAT com o governo se prendia com a gestão dos casos mais urgentes para tratamento.

Na conferência de imprensa de hoje, o ministro Paulo Macedo explicou que o Estado alcançou um acordo para fornecimento de dois medicamentos inovadores para a hepatite C, que prevê o pagamento por doente tratado.

“Acordou-se algo importante que foi pagar por doente tratado. Não vamos pagar por tratamento de três, 12 ou 24 semanas, mas por doente tratado”, declarou o ministro, adiantando que o Estado também não pagará se um mesmo doente necessitar de tratamento adicional.

Para o ministro este foi o melhor acordo alcançado por um país europeu, indicando que irão ser gastos por ano “umas dezenas de milhões de euros”.

Paulo Macedo nunca revelou os valores concretos que serão gastos pelo Estado, nem os montantes acordados com o laboratório, lembrando que “a confidencialidade do preço é uma regra importante” na negociação.

“Vamos conseguir tratar mais doentes, de forma mais equitativa (…). Abrimos caminho para podermos iniciar a erradicação, a eliminação da doença”.