
O presidente da Associação Portuguesa da Hospitalização Privada (APHP), Artur Osório, disse à agência Lusa que o atraso dos pagamentos da Direção-Geral de Proteção Social aos Funcionários e Agentes da Administração Pública (ADSE) começaram em outubro.
“Formalmente, os nossos associados ainda não informaram a associação destes atrasos. Temos conhecimento, por unidades de saúde que nos vão comunicando a situação, a qual está a preocupar-nos muito”, disse.
Artur Osório lamenta este atraso, principalmente porque as verbas deste subsistema “são provenientes do pagamento dos beneficiários”.
Segundo o presidente da APAH, que dirige também uma unidade de saúde privada, alguns dos hospitais com montantes por cobrar à ADSE foram informados de que este subsistema estava “sem cabimento orçamental” e que não deveria conseguir efetuar pagamentos até ao final deste ano.
“Os beneficiários da ADSE correm o risco de perder o atendimento nestas unidades de saúde que contam, em muito, com as verbas da ADSE.
Em alguns casos, avançou, o volume de negócios oriundo de serviços prestados a beneficiários da ADSE chega aos 50 por cento, sendo em média na ordem dos 30 por cento.
“Muitos prestadores trabalham no limite, nomeadamente os mais pequenos. A falta deste pagamento pode provocar roturas, impedindo-os de cumprir os compromissos para com os profissionais ou os fornecedores”, alertou.
“Isto é um abuso da parte do Estado em relação ao dinheiro dos beneficiários que já realizaram os seus pagamentos e que podem, desta forma, ser privados de uma assistência, para a qual contribuíram”, adiantou.
A APHP aguarda a comunicação oficial dos prestadores para avançar com iniciativas para resolver a situação, nomeadamente um contacto junto do Ministério das Finanças.
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