Um grupo de investigadores portugueses anunciou hoje que vai dar início a um projeto pioneiro para testar se as células da medula óssea podem regenerar os vasos sanguíneos do pénis.
Esta nova abordagem pode ajudar a prevenir a disfunção erétil.
O projeto, a desenvolver pela Faculdade de Medicina do Porto, em colaboração com o Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC), foi premiado pela Sociedade Europeia da Medicina Sexual, que atribuiu um prémio de 30 mil euros à equipa.
O objetivo dos cientistas Carla Costa, Ângela Castela e Pedro Vendeira é avaliar uma nova abordagem que permita a regeneração do tecido vascular no pénis diabético. Os diabéticos têm uma probabilidade acrescida de sofrer de disfunção erétil, devido aos efeitos da doença sobre os vasos sanguíneos.
“Sabemos que, nos homens diabéticos, as células da vasculatura do pénis morrem mais e mais precocemente. Quando uma célula morre, o organismo tende a repô-la”, explica Carla Costa, líder do projeto.
Em comunicado, a investigadora acrescenta que “há células da medula óssea que podem ser recrutadas para áreas lesadas e diferenciarem-se para revestir a vasculatura de vários órgãos, mas não sabemos se o mesmo resulta para o pénis. É essa a hipótese que vamos testar”.
Os investigadores vão usar ratos de laboratório diabéticos, aos quais vão destruir a medula óssea. Depois vão transplantar células da medula óssea das suas irmãs e vão verificar se estas células regeneraram o tecido dos vasos do pénis nos ratos diabéticos.
Numa segunda fase do estudo, a mesma equipa pretende avaliar se certos medicamentos utilizados para tratar a disfunção erétil melhoram a função vascular do pénis diabético.
“Suspeitamos que esses fármacos possam potenciar a regeneração vascular peniana, eventualmente através do recrutamento de células da medula óssea e, se assim for, poderemos elaborar futuros estudos clínicos”, sublinhou.
24 de outubo de 2011
Fonte: Lusa
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