“Fizemos a atualização da norma, incluindo uma dose adicional — uma nova oportunidade de vacinação — para pessoas com imunossupressão e mais de 16 anos e essa administração da dose é feita sob orientação e prescrição do médico assistente”, adiantou à Lusa a diretora-geral da Saúde.

De acordo com Graça Freitas, os médicos assistentes poderão fazer esta prescrição, “como já fazem para outras patologias e como já fizeram no passado e as pessoas serão vacinadas” nos centros de saúde.

Segundo disse, os “centros de saúde terão capacidade de as vacinar”, uma vez que este processo “será exatamente como já aconteceu nas outras fases” com a vacinação das pessoas com insuficiência cardíaca, respiratória e renal e doentes graves que foram considerados prioritários.

“Serão certamente menos de 100 mil pessoas” que estarão em condições de receber esta dose adicional das vacinas de mRNA da Pfizer e da Moderna, adiantou ainda a diretora-geral da Saúde.

“Isto não é um reforço. É uma dose adicional de vacina, porque pode ter acontecido que, na altura em que estas pessoas foram vacinadas, não estivessem com o seu sistema imunitário com capacidade de reagir à vacina”, explicou.

Segundo adiantou, a atualização da norma prevê também a administração da dose adicional com um intervalo mínimo de três meses após a última dose do esquema vacinal anteriormente realizado.

“As pessoas que levaram a última dose da vacina há três meses podem ser vacinadas, as pessoas que levaram a última dose da vacina há dois meses ou mais próximo terão de aguardar”, adiantou Graça Freitas.

De acordo com a norma, as pessoas elegíveis são as que poderão ter sido vacinadas durante um período de imunossupressão grave, nomeadamente as que realizaram transplantes de órgãos sólidos, pessoas com infeção VIH com contagem de linfócitos T-CD4+

“A recomendação está alinhada com a evidência científica mais recente e poderá ser ajustada em função da evolução do conhecimento”, adianta ainda a norma.

Questionada sobre a possibilidade de uma dose de reforço para os idosos, Graça Freitas eferiu que a indústria farmacêutica ainda não submeteu o respetivo processo de autorização à Agência Europeia do Medicamento (EMA).

“Quando eu digo que está a ser avaliado é no sentido de ser estudado. Não quer dizer que seja para ser administrado já, até porque temos o cuidado de perceber o que é que os próprios reguladores internacionais (EMA) e nacional (Infarmed) nos indicam neste processo”, assegurou.

De acordo com Graça Freitas, a DGS está, assim, na fase de compilar informação e de analisar em continuo a evidência científica disponível pelos vários países sobre este assunto, aguardando as indicações da EMA e do Infarmed.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 17.757 pessoas e foram contabilizados 1.039.492 casos de infeção confirmados, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil ou Peru.