A redução em dez por cento da taxa de internamento por doenças respiratórias crónicas até 2016 e a diminuição em 2 por cento da morbilidade e mortalidade associadas a estas patologias são objetivos do Programa Nacional para as Doenças Respiratórias (PNDR).
A Direção-Geral da Saúde colocou em consulta pública, até 09 de julho, oito programas nacionais, entre os quais o PDNR, que definem metas e objetivos a atingir em áreas como o tabagismo, diabetes, SIDA, doenças cérebro-cardiovasculares, doenças oncológicas, saúde mental e promoção da alimentação saudável.
Em Portugal, as doenças respiratórias continuam a ser uma das principais causas de morbilidade e mortalidade, com tendência clara para o aumento da sua prevalência, ao contrário do que acontece com as doenças cardiovasculares.
Estas doenças atingem cerca de 40 por cento da população portuguesa, calculando-se uma prevalência de 10 por cento para a asma, de 25 por cento para a rinite e 14,2 por cento para a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) em pessoas com mais de 40 anos.
“O cenário atual de crise económica mundial é também promotor de um aumento das doenças respiratórias crónicas. Efetivamente, em quase todos os países, as pessoas mais pobres são as que correm maior risco de desenvolver doenças respiratórias crónicas”, refere o documento.
Um dos objetivos traçados no programa é reduzir a carga destas doenças, melhorando a acessibilidade dos doentes respiratórios à prestação de cuidados de saúde mediante a elaboração e implementação de uma rede de referenciação para estas doenças.
“Contribuir para a precocidade no diagnóstico, nomeadamente, aumentar em 30 por cento acessibilidade às espirometrias nos cuidados de saúde primários” e “melhorar a eficiência do sistema de prescrição”, alargando em 50 por cento a prescrição por via eletrónica de cuidados respiratórios domiciliários são outras metas do programa.
Já o Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo estabelece como meta a redução em, pelo menos, 2 por cento da prevalência do consumo de tabaco diário ou ocasional na população com mais de 15 anos.
Diminuir de 5,5 por cento para 4 por cento a percentagem de jovens de 13 anos que refere ter fumado nos últimos 30 dias e baixar de 43 por cento para menos de 40 por cento a percentagem de jovens de 16 anos que admite já ter fumado alguma vez são outros objetivos do programa.
O programa pretende ainda garantir a oferta de consultas de apoio intensivo à cessação tabágica em 100 por cento nos Agrupamentos dos Centros de Saúde (ACES) e Unidades Locais de Saúde (ULS) até final de 2013 e reforçar a intervenção da Linha Saúde 24 na cessação tabágica até 2015.
Também em consulta pública está o Programa Nacional para as Doenças Cérebro-Cardiovasculares, que estabelece como metas até 2016 reduzir a mortalidade por doença do aparelho circulatório em um por cento e diminuir a mortalidade intra-hospitalar global por enfarte agudo do miocárdio para 8 por cento e por acidente vascular cerebral para 13 por cento.
Estas patologias continuam a ser a principal causa de mortalidade em Portugal, tal como na Europa, apesar da tendência constante de decréscimo verificada nos últimos anos.
27 de junho de 2012
@Lusa
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