Esta situação é o reflexo de um fim de semana prolongado e do encerramento de várias urgências em torno do hospital devido à falta de médicos para assegurar as escalas, uma situação que afeta esta semana 39 serviços de urgência do Serviço Nacional de Saúde em todo o país.
Segundo a enfermeira diretora do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central (CHULC), Maria José Costa Dias, são doentes com “um grau de complexidade superior”.
“São pessoas bastante mais idosas e com várias comorbilidades associadas, com um défice de seguimento a nível dos cuidados de saúde primários, o que aumenta a complexidade destes doentes e os seus índices de gravidade”, salientou Maria José Costa Dias.
Sobre a realidade vivida no hospital, a enfermeira diretora disse que são doentes que “vieram de outros locais, de outros hospitais que estavam fechados, nomeadamente nas áreas de especialidades e que a única resposta que tiveram foi efetivamente na urgência polivalente do Hospital de São José”.
Enquanto aguardam uma vaga no internamento, estes doentes ficam numa sala de observação de curta duração no serviço de urgência, adiantou.
Para dar resposta a estes doentes, Maria José Costa Dias disse que vão tentar agilizar, eventualmente, altas e que alguns doentes regressem aos hospitais de origem para que se possa dar “a resposta possível ao longo do dia”.
A responsável salientou que uma forma que seria excelente para drenar a urgência era dar resposta aos cerca de 60 doentes que estão internados com alta hospitalar a aguardar resposta social, um número que praticamente duplicou desde o verão.
“Em média, nós temos diariamente à volta de 60 doentes internados à espera de uma resposta social ou de cuidados continuados”, o que significa duas enfermarias de Medicina ocupadas.
“Se efetivamente nos dessem uma resolução para estes casos (…) era excelente para conseguir drenar a urgência, mas infelizmente não é essa a realidade”, lamentou.
Maria José Costa Dias salientou que o CHULC, que integra os hospitais de São José, Capuchos, Curry Cabral, Dona Estefânia, Santa Marta e Maternidade Alfredo da Costa, vai tentar sempre dar a melhor resposta a quem o procura.
“No entanto, é importante que as pessoas tenham a noção que é uma urgência polivalente, é uma urgência de fim de linha, em que devem vir as situações graves”, salientou, adiantando que as situações menos complexas o ideal é recorrer ao médico de família e contactar a linha SNS 24 (808 24 24 24).
Comentários