Segundo o Infarmed, o caso abrange 430 unidades do medicamento Fentanilo Basi, solução injetável, 0,05 mg/ml, ampola - 10 unidade(s) - 5 ml, que desapareceram de um distribuidor por grosso de medicamentos de uso humano em Portugal, e estão já em curso “ações inspetivas ao circuito do medicamento”.

“Atendendo a que não se pode afastar a possibilidade das unidades do lote acima referido serem transacionadas no circuito legal, no caso de se verificar a deteção, cedência ou aquisição de unidades do lote acima mencionado, deverá ser investigada a sua proveniência, nomeadamente se a origem é de um distribuidor autorizado pelo Infarmed”, refere.

O Infarmed pede ainda que lhe seja comunicada qualquer suspeita sobre a autenticidade destas unidades, que têm o número de registo 4419685 e pertencem ao lote n.º 3022.

A substância fentanil é usada na analgesia de curta duração ou quando necessário para período pós-operatório imediato e também como componente analgésico da anestesia geral e suplemento da anestesia local.

Trata-se de um opióide 50 vezes mais potente do que a heroína que é usado igualmente no caso de dores extremas provocadas por doenças crónicas e oncológicas.

O aumento do consumo recreativo de fentanil está a preocupar fortemente os Estados Unidos e da Europa. É já a principal causa de morte por overdose nos Estados Unidos, segundo dados do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) norte-americano.

Em Portugal a substância é utilizada, por exemplo, no pós-operatório, para aliviar dores graves e em alguns casos de doentes com patologia oncológica.

De acordo com o relatório anual do Centro Europeu para a Monitorização de Drogas e de Vício de Droga (EMCDDA), "fentanil são opioides exponencialmente potentes que, apesar de terem um pequeno papel no mercado de droga europeu, são uma ameaça real à saúde individual e pública".

Em 2018, foram tratados nos hospitais europeus 415 indivíduos devido ao consumo de fentanil. A Estónia lidera a tabela com 266 casos identificados, segundo dados do EMCDDA.