Os hipermercados vendem os medicamentos sem receita médica 20 por cento mais baratos do que as farmácias e desde 2005 até hoje baixaram os preços de alguns fármacos, revela um estudo da DECO.
Contrariamente às grandes superfícies, as farmácias e outros locais de venda autorizada mantêm a tendência geral de subida de preços.
Nos pontos de venda dos hipermercados, a fatura total dos 19 medicamentos analisados pela DECO fica 20% mais barata do que nas farmácias e 19% relativammente a outros locais de venda.
“Em junho de 2011, pagaríamos por aqueles 19 medicamentos, em média, 96,95 euros na farmácia, 96,03 euros noutro local autorizado (parafarmácia, por exemplo). No hipermercado, custariam 80,74 euros, de acordo com a nossa amostra”, indica a associação de defesa do consumidor.
O maior aumento de preços nos últimos cinco anos coube às farmácias no grupo de medicamentos estudados (21%), seguido de outros estabelecimentos autorizados (17%), enquanto nas grandes superfícies o aumento não foi além de 1%.
Os pontos de venda nos hipermercados foram os únicos a reduzir os preços médios em 11 medicamentos.
A DECO revela ainda que, nalguns casos, o mesmo medicamento chega a custar quase o dobro na farmácia do que nos hipermercados.
“Em comparação com os hipermercados, pagará mais 43% pelo Thrombocid e mais 36% pelo Aero OM, só para citar as maiores diferenças”, exemplifica.
Nos outros pontos de venda, são mais caros do que nos hipermercados cinco medicamentos: Bisolvon, Mebocaína forte, Antigrippine, Trifene 200 e Zovirax.
Os preços dos três primeiros medicamentos são, respetivamente, 27%, 18% e 17% mais caros, ao passo que o Trifene 200 e o Zovirax são 8% e 6% mais caros em locais de venda autorizada, como as parafarmácias.
Apesar disto, as farmácias continuam a liderar a venda de fármacos sem receita.
Em número de embalagens vendidas, as farmácias detêm 84% do mercado, segundo dados de julho do Infarmed, embora os restantes estabelecimentos estejam a ganhar terreno: em 2008, a quota das farmácias situava-se em 91%.
Os resultados do estudo da DECO permitiram ainda traçar o nível médio de preços dos 19 medicamentos em 18 distritos.
Assim, Beja é o distrito mais caro, onde este “cabaz” de medicamentos custaria em média 95,71 euros, contra Santarém, o distrito mais barato, com uma média de 80,47 euros (abaixo dos 84,61 euros da média nacional).
Lisboa e Porto, os distritos onde se localizam, respetivamente, 20% e 18% dos 413 estabelecimentos que responderam ao inquérito, pertencem ao leque dos mais baratos, com um preço médio apenas 4% mais caro do que em Santarém.
Apesar de genericamente as cadeias de hipermercados serem as mais baratas, ainda existem diferenças entre elas.
O El Corte Inglés é o mais caro, cobrando mais 26% do que as outras lojas da amostra: o Espaço Bem-Estar Pingo Doce, o Espaço Saúde e Bem-Estar (Auchan) e o Well’s Continente, estes três sem grandes variações de preço.
O estudo revela ainda que 23% do total de embalagens vendidas são analgésicos e antipiréticos e que 46% do volume de vendas pertence à Pharmacontinente (Well’s Continente), citando dados do Infarmed.
O questionário foi realizado em junho de 2011 e incidiu sobre o preço dos 19 medicamentos sem receita médica mais baratos e analisados pela DECO desde 2006 em 500 farmácias e 400 locais de venda autorizada.
Os pontos de venda foram escolhidos aleatoriamente, tendo respondido 69 farmácias e 344 outros estabelecimentos, incluindo 312 lojas situadas em hipermercados.
O estudo vai ser publicado na revista Teste Saúde de dezembro/janeiro, que sai na próxima sexta-feira.
22 de novembro de 2011
@Lusa
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