"Considero que é uma honra poder estar aqui. É uma satisfação pessoal. Estou convencido que há milhares de cubanos que queriam estar aqui", declarou à emissora estatal Baltasar Pérez, de 58 anos, um dos 20 primeiros cubanos recrutados para os testes.

Todos os voluntários foram convocados pelo Centro Nacional de Toxicologia (Cenatox), em Havana. Antes, tiveram que assinar um documento de consentimento.

Cuba espera submeter a testes um total de 676 pessoas entre 19 e 80 anos.

"Já temos os 20 primeiros voluntários. O teste clínico conta com duas etapas. A primeira será do grupo de 19 a 59 anos de idade", explicou Meiby Rodríguez, diretora de Investigações Clínicas do Instituto Finlay de Vacinas.

Na segunda etapa, será aplicada uma dose a pessoas entre 60 e 80 anos, depois de rigorosa avaliação.

Na primeira etapa, espera-se que não mais que 5% dos voluntários apresentem sintomas adversos graves.

No estrangeiro, autoridades russas deram conta do avanço na produção da sua vacina, a "Sputnik V". Moscovo chegou a expressar o interesse de produzi-la em Cuba, embora a ilha caribenha não se tenha pronunciado oficialmente sobre a proposta.

Cientistas ocidentais mostraram ceticismo perante o produto russo e avançam em diversos projetos.

Na América Latina, Argentina e México anunciaram recentemente um acordo para produzir a vacina criada pelo laboratório AztraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford.

Nos Estados Unidos, o laboratório Moderna tem um dos projetos mais avançados, com ensaios clínicos em humanos, assim como o grupo chinês Sinopharm.