Num comunicado intitulado “Apelo ao nosso povo” e publicado nos meios oficiais, o Presidente de Cuba, Raúl Castro, exorta os cubanos a assumir como “um assunto pessoal” a luta contra o mosquito e assinala que a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a rápida propagação do Zika no continente americano como uma emergência sanitária internacional.

Apesar de não ter sido detetado qualquer caso do vírus Zika em Cuba, Raúl Castro adverte que existem fatores, como o deficiente saneamento ambiental e condições meteorológicas adversas, que “propiciam o risco de propagação da doença”.

“Até ao momento não foi detetado no nosso país qualquer caso [de Zika], apesar de estarem a ser acompanhados e estudados todos os sintomas febris inespecíficos para identificar atempadamente a sua presença e se intensifica o controlo sanitário internacional. Caso seja detetado algum doente, existem todas as condições para uma assistência médica qualificada”, indicou o líder cubano.

Raúl Castro precisou que como parte deste “plano de ação aprovado”, as Forças Armadas Revolucionárias (FAR) vão destacar mais de 9.000 efetivos, incluindo oficiais do quadro e na reserva, e meios técnicos para reforçar as medidas de saneamento, com o apoio adicional de 200 oficiais da Polícia Nacional Revolucionária (PNR).

Após a aplicação intensiva deste plano, será acionado um “plano de sustentabilidade no tempo” para que “não se converta em mais uma campanha”, com o objetivo de garantir “índices mínimos” de infestação.

O vírus Zika, transmitido pela picada de mosquitos do tipo Aedes, é fortemente suspeito de ser responsável por numerosos casos de malformações congénitas nos recém-nascidos, designadamente a microcefalia.

O mosquito Aedes Asgypti ou Aedes Albopictus (mosquito tigre) já propagou o Zika em pelo menos 36 países, incluindo 28 na América do Norte e do Sul, sendo o Brasil o mais afetados, com cerca de 1,5 milhões de casos.