Especialistas alertam que a crise económica pode vir a ser responsável pelo aumento do número de casos de hipertensão arterial (HTA) não controlada no nosso país. A falta de capacidade económica para comprar medicamentos e alimentos saudáveis, aliada ao stress, é encarada pelos médicos como fator preocupante na gestão de um dos maiores problemas de saúde pública em Portugal, a Hipertensão Arterial

No âmbito das Jornadas de Hipertensão Arterial e Risco Cardiovascular de Matosinhos, que decorrem nos dias 16 e 17 de novembro, no Hotel Sheraton Porto, especialistas nacionais e estrangeiros vão debater um dos problemas de saúde pública mais graves em Portugal, a Hipertensão Arterial (HTA).

Esta reunião, que espera a participação de mais de 800 profissionais de saúde, pretende alertar a comunidade médica e as autoridades nacionais para a importância de controlar o flagelo da tensão arterial elevada, um problema que afeta quase metade da população portuguesa e que os especialistas acreditam poder vir a aumentar o número dos doentes não controlados devido à falta de capacidade para comprar a medicação e às escolhas alimentares cada vez mais baseadas no preço dos alimentos e não na sua qualidade.

De acordo com José Alberto Silva, médico internista da Unidade de Hipertensão e Risco Cardiovascular do Hospital Pedro Hispano e membro da comissão organizadora do evento, “atualmente apenas 11 por cento dos doentes hipertensos têm a sua doença controlada, um número que pode vir a aumentar nos próximos anos devido aos problemas económicos das famílias. Por isso, nas jornadas, vamos debater os avanços no tratamento dos doentes, nomeadamente naqueles com HTA resistente (isto é, doentes que apesar do tratamento com três ou mais medicamentos anti-hipertensivos continuam com níveis elevados de pressão arterial)”.

A HTA resistente e um novo procedimento minimamente invasivo para o controlo da HTA resistente (a desnervação renal) vão estar em destaque no dia 17 de novembro, pelas 10 horas, numa mesa redonda, moderada por José Alberto Silva, sobre os últimos avanços no tratamento desta doença, que conta com a participação dos cardiologistas José Nazaré e Henrique Cyrne de Carvalho.

A HTA é uma doença crónica especialmente perigosa devido à sua associação com um aumento do risco cardiovascular, incluindo AVC e enfarte, assim como insuficiência cardíaca e doenças renais –os doentes com HTA resistente têm uma  probabilidade maior de sofrer de doenças cardiovasculares, quando comparados com indivíduos com HTA controlada.

www.jornadasdematosinhos.net

9 de novembro de 2012

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