A Associação Portuguesa de Fibrose Quística (APFQ) apelou hoje ao Governo para isentar de taxas moderadoras as crianças com mais de 11 anos de idade que sofram de fibrose quística, uma doença genética, crónica e de evolução progressiva.
“Pedimos ao Governo para que permita manter a isenção da taxa moderadora das crianças com mais de 11 anos, que desde 1985 estavam isentas”, declarou o presidente da APFQ, Amândio Ferreira, numa entrevista à Lusa a propósito das comemorações dos 25 anos de atividade daquela instituição de solidariedade.
Segundo Amândio Ferreira, as crianças até aos 11 anos estão isentas de taxas moderadoras, mas com a nova lei passam a pagar taxa moderadora quando chegam aos 11 anos de idade.
Esta situação é “terrível”, porque uma criança numa urgência, em apenas uma tarde, pode precisar de pagar entre “250 e 400 euros de taxas moderadoras, porque têm muitos exames a fazer”.
Segundo o presidente da Associação Portuguesa de Fibrose Quística, Portugal vai registar uma situação complicada em março/abril do próximo ano, porque existem cerca de 150 crianças que estão entre os 10 anos e meio e os 11 anos nessa altura.
Atualmente quem está isento de taxas moderadoras são as crianças até aos 11 anos de idade, transplantados e os doentes de fibrose quística com uma incapacidade de 60%.
A Associação Portuguesa de Fibrose Quística alerta também para a racionalização que as farmácias estão a impor aos doentes.
“Está a haver racionalização de medicação nas farmácias que só estão a dar medicamentos para um mês aos doentes”, denuncia Amândio Ferreira, acrescentando que, por vezes, não há mesmo medicação nas farmácias.
Em Portugal há 280 pessoas diagnosticadas com fibrose quística, uma doença hereditária que afeta principalmente a zona do pâncreas, pulmões e área intestinal. Nos doentes com 14/15 anos começam a surgir problemas de osteoporose e diabetes.
A Associação Portuguesa de Fibrose Quística, constituída em 1987, organiza dia 09 de dezembro, no Porto, um encontro para assinalar as comemorações dos 25 anos e debater temas como “Infeção: Controle da infeção e prognóstico”, “Nutrição: um dos pilares no tratamento da fibrose quística” ou “Impacto da doença crónica no doente e na família”.
A fibrose quística é uma doença rara que afeta um em cada dois mil recém-nascidos.
5 de dezembro de 2012
@Lusa
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