“Estamos numa encruzilhada crítica, ultrapassámos o milhão de casos no continente, não temos ainda uma vacina disponível e temos de continuar proativos e cautelosos à medida que as economias se começam a abrir”, disse a comissária dos Assuntos Sociais da União Africana, Amira Elfadil, durante a conferência de imprensa semanal sobre a evolução da pandemia do continente africano.

No encontro, o diretor do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças africano (África CDC), John Nkengasong, anunciou o lançamento de uma iniciativa específica para a reabertura das economias e dos movimentos entre países: “Hoje lançamos a ‘Iniciativa África contra a COVID-19′, uma iniciativa crítica que pretende proteger o turismo e as viagens, a economia e o rendimento das pessoas, e as escolas”.

Na conferência de imprensa, John Nkengasong explicou que “existe uma perda de 55 mil milhões de dólares [46 mil milhões de euros] no turismo e por isso é necessária uma estratégia sobre as viagens e as fronteiras, garantindo um movimento tranquilo de pessoas entre os países, através de testes seguros, que sejam reconhecidos noutro país e com procedimentos harmonizados no continente”.

Por outro lado, continuou, é preciso aumentar a vigilância nos locais de turismo e nas empresas, fazendo mais testes e mapeando os contactos das pessoas infetadas e, por último, garantir uma subida do número de testes aos alunos e nas comunidades, apontando para uma taxa de 5% como máximo para garantir uma reabertura segura das escolas.

A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 781.194 mortos e infetou mais de 22,1 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Em África, há 26.289 mortos confirmados em mais de 1,1 milhões de infetados em 55 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.