“Acabámos de sair do avião e vamos já voltar, (...) não podemos acreditar", diz Tiara Streng, de 29 anos, enquanto aguarda na fila com três amigos, no aeroporto de Londres Heathrow, por um voo de volta para o Colorado.

O grupo de amigos planeava fazer uma excursão de 10 dias, que deveria incluir uma paragem no Vaticano e Irlanda, onde iriam participar na celebração do dia de São Patrício, cancelada pelo coronavírus. 

Recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS)

  • Caso apresente sintomas de doença respiratória, as autoridades aconselham a que contacte a Saúde 24 (808 24 24 24). Caso se dirija a uma unidade de saúde deve informar de imediato o segurança ou o administrativo.
  • Evitar o contacto próximo com pessoas que sofram de infeções respiratórias agudas; evitar o contacto próximo com quem tem febre ou tosse;
  • Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contacto direto com pessoas doentes, com detergente, sabão ou soluções à base de álcool;
  • Lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir;
  • Evitar o contacto direito com animais vivos em mercados de áreas afetadas por surtos;
  • Adotar medidas de etiqueta respiratória: tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o braço, nunca com as mãos; deitar o lenço de papel no lixo);
  • Seguir as recomendações das autoridades de saúde do país onde se encontra.

Em Heathrow, filas de cidadãos dos Estados Unidos formaram em frente aos balcões da American Airlines, Virgin e Delta para tentar trocar os seus bilhetes e voltar para casa.

"Todos recebemos uma mensagem quando desembarcamos", afirma outro turista, Brooke Ward, 32 anos. "Obviamente, não queremos voltar, mas achamos que é o melhor", continua.

O seu companheiro de viagem Deepi, de 28 anos, acrescenta: "A nossa família e a British Airways, na verdade toda a gente, aconselhou-nos a ir para casa, dizem que é o melhor”, conta.

Mais de 20.000 pessoas (22.307) foram contaminadas pelo novo coronavírus na Europa e 930 morreram, de acordo com um balanço realizado pela AFP na quarta-feira, com base em dados oficiais. “Acho completamente ridículo”, opina Streng sobre a proibição de Trump de viajar da Europa para os EUA, onde foram detetados cerca de 900 casos de infecção pelo COVID-19 e 28 mortes.

A medida de Trump não se aplica a voos do Reino Unido, mas a todos aqueles que estiveram nos 14 dias anteriores à chegada aos EUA em qualquer país da área de Schengen, com exceção dos americanos e residentes permanentes de lá.

No aeroporto parisiense Roissy Charles de Gaulle, formavam-se longas filas no início desta manhã. “Estou preocupado com o meu voo”, suspira Tony Kropp na fila do balcão da Delta. " O meu chefe pediu-me para ficar em quarentena em casa por duas semanas quando voltar. Parece bom para mim. É melhor prevenir do que remediar”, conta Hope, em viagem de negócios.

Para Carole Mendhan, mãe de Kate, “se Donald Trump tomou essa decisão, é apenas para ser reeleito” em 2020. “É só política”, acrescenta, lamentando o facto de ter que encurtar a sua viagem.

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