“Neste momento não entro em euforias”, declarou Miguel Albuquerque, à margem de uma visita que efetuou a uma empresa agroalimentar na freguesia do Santo da Serra, concelho de Santa Cruz.
O governante madeirense falava sobre o caso de uma turista, proveniente de Lisboa, que passou férias no Porto Santo e testou positivo à COVID-19 depois de regressar ao continente, tendo infetado três das 18 pessoas com quem contactou nesses dias de permanência na ilha. Os resultados dos testes efetuados às restantes 15 pessoas, hoje conhecidos, foram negativos.
“Neste momento, parece que a situação está controlada, os testes foram negativos, mas temos de aguardar mais algum tempo”, alertou chefe do executivo insular, de coligação PSD/CDS.
Albuquerque realçou que “graças à aplicação e aos inquéritos” efetuados aos visitantes que entram na região, foi possível elaborar “a cadeia de contactos da senhora” infetada e, “neste momento, a monitorização e controlo da situação está estabilizada”.
Contudo, considerou que “a senhora podia ter contaminado um conjunto de cidadãos durante a sua estadia e podia ter surgido um foco de infeção local no Porto Santo, o que seria muito difícil e complicado de controlar”.
No entender do líder madeirense, “agora é importante não entrar em euforias”, visto que se assiste a “uma situação pandémica a nível europeu e mundial em crescimento”, dando como exemplos as situações da Itália, da Espanha e do continente português.
Nestes países, considerou que os números estão a crescer “abruptamente” e “exponencialmente”, enquanto a nível nacional os dados revelados na quarta-feira “são catastróficos”.
“Aqui, na Madeira, temos de ter juízo e cuidado”, sustentou, complementando: “Nada de relaxar, temos de manter a distância social, usar a máscara e tentar fazer a nossa vida, mas com todas as precauções”.
Miguel Albuquerque apelou aos hoteleiros da Madeira para “que recomendem aos turistas, que felizmente estão a regressar, para usarem a máscara quando circulam na via pública”.
O presidente do governo madeirense recusou “fazer juízos de valor” sobre o comportamento da senhora que passou férias no Porto Santo, que entrou com teste negativo, mas manifestou sintomas durante a permanência na ilha, insistindo apenas que “a situação podia ter sido muito complicada”.
“Mas é importante dizer a umas pessoas que andam por aí que acham que é importante abrir os bares até às 05:00, que nós não vamos permitir”, enfatizou.
“Isto ainda não acabou. Isto é uma maratona, não um 'sprint' e temos de continuar a ter o cuidado de tomar todas as medidas, nomeadamente o distanciamento social, higiene, uso de máscara, que têm dado bom resultado”, concluiu.
De acordo com os dados revelados quarta-feira pelo Instituto da Administração de Saúde (IASaúde), a Madeira regista 148 casos de infeção, 118 recuperados e 30 ativos, apresentando seis novos casos.
A pandemia de COVID-19 já provocou pelo menos 826 mil mortos e infetou mais de 24,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.809 pessoas das 56.673 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
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