Num comunicado conjunto, a Câmara do Porto, a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N) e a Unilabs anunciaram hoje a criação de um centro de rastreio da infeção pelo novo coronavírus que visa “aliviar o afluxo de potenciais suspeitos portadores aos hospitais”.

No Queimódromo, junto ao Parque da Cidade, estão instaladas duas tendas nas quais se encontram os materiais necessários à realização destes testes por zaragatoa, tendo sido montado um circuito para os carros que se deslocam àquela unidade e cuja entrada é controlada por elementos da Polícia Municipal.

No local, a Lusa presenciou a entrada de quatro carros. A recolha é feita dentro do veículo, sendo as amostras depois transportadas numa mala refrigerada - semelhante a uma geleira - por um funcionário da Unilabs.

"Câmara Municipal do Porto, ARS-N, Proteção Civil, Polícia Municipal, Unilabs e várias outras empresas privadas que disponibilizaram meios humanos e materiais anunciam, por isso, a abertura do primeiro posto do género em funcionamento em Portugal”, lê-se no comunicado da autarquia, que acrescenta que este serviço está disponível a partir de quarta-feira e “apenas mediante prévia marcação desencadeada pelo próprio Serviço Nacional de Saúde (SNS)".

Os resultados serão depois enviados diretamente ao suspeito e às autoridades de saúde pública.

De acordo com o município, este modelo ‘Drive Thru’ permite aos suspeitos de infeção e previamente referenciados pelo SNS, deslocar-se até ao ponto de recolha, "sem entrar em contacto com outras pessoas, reduzindo o risco de infeção em cada colheita até para os profissionais envolvidos".

O comunicado conjunto adianta que o centro de rastreio "permitirá a realização de cerca de 400 testes diários numa primeira fase, podendo evoluir para perto de 700 testes por dia".

Este centro, esclarece a mesma nota, conta com médicos de Medicina Geral e Familiar que aplicarão um inquérito epidemiológico e sintomático (RedCap) que avalia a necessidade de teste ou de outra orientação, sendo que "só se deverão deslocar ao local pessoas previamente referenciadas, já que o sistema não permitirá a execução de testes ‘ad hoc’".

Apenas se devem deslocar ao Queimódromo quem tiver “marcação para aquele local”, e deve comparecer “apenas à hora” que lhe for comunicada, por forma “a não criar constrangimentos de tráfego ou aglomerados que podem por em causa o seu normal funcionamento e o atendimento atempado dos suspeitos ou doentes".

O presidente da autarquia, Rui Moreira, citado no comunicado conjunto, salienta que "esta medida insere-se num conjunto de iniciativas que o Porto tem vindo a tomar que visam apoiar o esforço nacional de combate à pandemia, numa lógica de proteção e mitigação da doença".

Para o autarca, "este modelo, pioneiro em Portugal, pode ser replicado noutras cidades do país e ajudar a salvar vidas e, simultaneamente, a melhorar as condições de atendimento dos profissionais de saúde em contexto hospitalar".

Carlos Nunes, presidente do Conselho Diretivo da ARS Norte sublinha, citado no comunicado, que "esta iniciativa ajuda os hospitais a receberem apenas quem de facto precisa de ser apoiado medicamente, protegendo os pacientes, as unidades hospitalares e os médicos de serviços adicionais que podem ser prestados em regime de ambulatório".

Já Luís Menezes, CEO da Unilabs Portugal, que abordou a autarquia e ARS-N para a criação de um local dedicado de recolha de amostras, "espera dar o seu contributo à região e ao país com o apoio à implementação deste centro de rastreio", salientando que todos os esforços da empresa e dos seus profissionais "estão focados neste momento em apoiar o SNS nesta luta, em coordenação com as autoridades de saúde locais e nacionais".

O número de infetados pelo novo coronavírus subiu para 331, mais 86 do que os contabilizados no domingo, anunciou hoje a Direção-Geral da Saúde (DGS).

De acordo com o boletim sobre a situação epidemiológica em Portugal, divulgado hoje às 12:30, há 2.908 casos suspeitos, dos quais 374 aguardam resultado laboratorial.

Segundo a DGS, há três casos recuperados.

O novo coronavírus responsável pela pandemia de Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 6.400 mortos em todo o mundo.

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