"Devemos dar continuidade ao esforço de todos na busca de mitigar problemas e alcançar aqueles que são afetados por essa crise, cujo tamanho ainda não sabemos e que até agora deixou quase 19 mil mortes no país e quase 292 mil casos", disse Bolsonaro.
"Sabemos como isso machuca [afeta] o Brasil e o mundo inteiro", acrescentou o Presidente brasileiro.
O chefe de Estado, que protagonizou confrontos públicos com alguns governadores do país por discordar das medidas de isolamento social impostas para conter o avanço da COVID-19, suavizou o tom, mas continuou concentrado nos efeitos económicos da pandemia.
Bolsonaro afirmou que vai aprovar o projeto do Congresso do país que prevê apoio financeiro para estados e cidades do país, estimado em cerca de 125 mil milhões de reais (20,4 mil milhões de euros), com vetos, incluindo itens do projeto que permitiriam aos governantes regionais conceder aumento de salário para funcionários públicos.
O Presidente brasileiro disse que pretende introduzir uma cláusula que congele os salários de todos os funcionários públicos federais, regionais e municipais até 31 de dezembro de 2021, ato considerado uma "cota de sacrifício" solicitada ao setor público num cenário de profunda crise, no qual trabalhadores informais e de empresas privadas foram os mais afetados.
Rodrigo Maia, presidente da câmara baixa do Congresso brasileiro, declarou na mesma reunião que a aprovação do projeto de ajuda aos estados acontece "num momento muito importante” no combate à crise.
"A união de todos no enfrentamento à crise vai criar com certeza as condições para que num segundo momento possamos tratar do pós-pandemia da recuperação económica, da recuperação dos empregos", acrescentou Maia.
Já Davi Alcolumbre, presidente da câmara alta do Congresso brasileiro, defendeu união dos poderes no combate à pandemia.
"Chegou a hora de darmos as mãos, de levantarmos a bandeira branca, estamos vivendo um momento excecional, um momento de guerra e numa guerra todos perdem", disse.
Os governadores Reinaldo Azambuja, do Mato Grosso do Sul, Renato Casagrande, do Espírito Santo e João Doria, de São Paulo, tomaram a palavra representando os seus pares na reunião.
Os três governadores comentaram alguns pontos do projeto de apoio aos estados e municípios e também defenderam a união para enfrentar os efeitos negativos para a saúde dos brasileiros e para a economia do país provocados pela pandemia.
Na quarta-feira, o Brasil anunciou ter 291.579 casos e 18.859 óbitos provocados pela covid-19, doença diagnosticada no país pela primeira vez em 26 de fevereiro.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 328 mil mortos e infetou mais de cinco milhões de pessoas em 196 países e territórios.
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