"Uma hipótese provável é que seja necessária uma terceira dose, entre seis e 12 meses, e, a partir daí, será necessário uma vacina todos os anos, mas tudo isso tem que ser confirmado", destacou o CEO da Pfizer, Albert Bourla em declarações divulgadas esta quinta-feira pela CNBC.
“Por outro lado, as variantes terão um papel fundamental”, acrescentou. “É extremamente importante minimizar o número de pessoas vulneráveis ao vírus”, continuou Bourla.
Anteriormente, o responsável do governo americano na luta contra a COVID-19 também já tinha declarado que os norte-americanos deveriam esperar receber uma injeção de reforço da vacina, para se protegerem das variantes de coronavírus em circulação.
“Neste momento, não sabemos tudo”, reconheceu David Kessler em audiência perante legisladores norte-americanos. "Estamos a estudar a duração da resposta dos anticorpos", explicou.
A aliança Pfizer/BioNTech tinha anunciado, em fevereiro, que estudava os efeitos de uma terceira dose da sua vacina contra as novas variantes num estudo clínico.
Administrada em duas doses, essa vacina, assim como a da Moderna, usa uma tecnologia inovadora de ARN mensageiro, nunca antes usada em seres humanos.
Como é que as vacinas com ARN mensageiro funcionam no organismo?
Neste momento, ambas as vacinas são as que funcionam melhor, com a vacina da Pfizer/BioNTech a apresentar 95% de eficácia contra a COVID-19 e a Moderna, 94,1%, de acordo com estudos clínicos.
Numa entrevista recente ao SAPO, o imunologista Marc Veldhoen, investigador no Instituto de Medicina Molecular (iMM), considerou pouco provável uma campanha de imunização global contra a COVID-19 a cada ano.
"Claro que haverá exceções. Se houver novamente uma grande incidência da doença, talvez seja recomendado que pessoas em condições extremas, como os transplantados ou portadores de determinadas doenças crónicas, sejam de novo vacinados. No entanto, não acredito que venha a ser necessária uma vacinação anual contra o SARS-CoV-2. Eventualmente acredito que, em determinados casos, possa ser útil uma terceira dose de vacinação, sobretudo para os mais vulneráveis, mas ainda não sabemos", referiu.
"O SARS-CoV-2 não vai desaparecer. Vamos ser infetados em média uma vez a cada dois ou cinco anos. As outras proteínas que estão neste coronavírus, para as quais os seres humanos desenvolveram resposta imunitária, também vão manter-se no vírus. Por isso, mesmo que sejamos infetados no futuro pelo vírus SARS-CoV-2, os anticorpos que já temos no organismo vão conseguir atacar a invasão desse agente infecioso e provavelmente não vamos ficar doentes. Ou se ficarmos doentes, vamos desenvolver poucos sintomas, semelhantes a uma constipação", acrescentou.
A pandemia de COVID-19 provocou, pelo menos, 2.974.651 mortos no mundo, resultantes de mais de 138,2 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.933 pessoas dos 829.358 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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