Numa pergunta dirigida ao ministério liderado por Marta Temido, o partido diz ter recebido a informação “de um idoso que faleceu no Hospital de Mirandela no passado dia 11 de agosto”, depois de ter sido admitido “devido a uma queda”, e que a “família alega que não teve quaisquer esclarecimentos por parte de qualquer médico e que as informações diárias eram obtidas via telefone, por enfermeiros”.
De acordo com o PAN, os familiares alegaram que “nunca lhes foi permitida qualquer visita, nem por vídeo chamada”, que “também que não lhes foi comunicado que a falência orgânica seria indício de final de vida, logo o que por direito seria uma despedida” e que “desconhecem a causa da morte”.
Exposta a situação, o partido ressalva que “a crise sanitária provocada pela covid-19 obrigou a uma série de diligências para proteger os grupos mais vulneráveis ou de maior risco” e que “as pessoas idosas são claramente um desses grupos”, havendo “um conjunto de regras que têm que ser cumpridas no contacto com as pessoas idosas”.
“Mas as preocupações que nos têm chegado de diversos cidadãos e cidadãs ultrapassam essa proteção e evidenciam um desrespeito quer pelas pessoas idosas, quer pelas suas famílias ou outros significativos”, salienta o PAN, defendendo que é reconhecido “a todos os cidadãos o direito de acompanhamento por uma pessoa por si indicada nos serviços do Serviço Nacional de Saúde - o que, naturalmente, incluirá o contexto de internamento”.
O PAN questiona o Ministério da Saúde se conhece o episódio relatado, “qual a sua posição” sobre esta situação e se tem “conhecimento das diversas situações similares à identificada e que estão a ocorrer em contexto hospitalar por todo o país”.
O partido quer saber também se o Governo ou a Direção-Geral da Saúde “deram o seu aval a estas situações de isolamento dos idosos e impossibilidade de acompanhamento destas pessoas pelos seus familiares” e “quais as regras em vigor, definidas pela Direção-Geral da Saúde, para o acompanhamento de pessoas idosas no Serviço Nacional de Saúde”.
“Que soluções antevê o Ministério da Saúde vir a adotar para assegurar que sejam garantidas em simultâneo a proteção da população idosa e a possibilidade do seu acompanhamento em contexto de internamento hospitalar pelos respetivos familiares?”, acrescenta.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 754 mil mortos e infetou quase 21 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.772 pessoas das 53.783 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
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