“Um aumento de casos de infeção significa que pode haver mais hospitalizações e mais mortes nas próximas semanas”, afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus em conferência de imprensa, em Genebra.
O responsável da OMS estimou que a maioria das infeções atuais seja originada nos diversos países pela linhagem BA.5 da variante Ómicron, que é, até agora, “a mais contagiosa conhecida” desde o início da pandemia, em 2020.
Segundo os últimos dados do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), divulgados na terça-feira, a linhagem BA.5 foi responsável por cerca de 95% das infeções na semana entre 04 e 10 de julho.
A BA.5 é a linhagem dominante em Portugal desde maio e foi, de acordo com os especialistas, uma das causas da recente sexta vaga de infeções que se registou no país.
Na segunda-feira, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) recorreu ao exemplo de Portugal para prever que outros países da Europa podem assistir a um aumento de casos de covid-19 devido às linhagens BA.4 e BA.5.
“Espera-se que o aparecimento da BA.4 e BA.5 noutros países da União Europeia e do Espaço Económico Europeu (EU/EEE) resulte em aumentos de casos de covid-19, como observado em Portugal nos últimos meses”, estimou a agência europeia.
De acordo com Tedros Adhanom Ghebreyesus, o coronavírus que provoca a covid-19 “vai continuar a evoluir”, o que obriga os países a não relaxarem nas medidas de resposta à pandemia.
“Alguns países já desmantelaram partes do seu plano de resposta e estão a correr grandes riscos”, alertou o diretor-geral da OMS, para quem é expectável que se verifiquem novas ondas de infeções, sendo necessário evitar que resultem no aumento de internamentos e óbitos.
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