Num comunicado da Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, em Lisboa, pode ler-se que, “em face das circunstâncias atuais”, foram recebidas da DGPC diretivas que obrigam os equipamentos “a suspender, ou cancelar, eventos ou iniciativas públicas, realizados quer em locais fechados quer em locais abertos ao público.”
Contactada pela Lusa, fonte oficial da DGPC confirmou que a diretiva diz apenas respeito às atividades programadas, sem impacto, por enquanto, no acesso dos visitantes aos respetivos espaços.
A decisão abrange museus e monumentos como o Museu Nacional de Arte Antiga ou o Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, assim como o Museu Nacional Grão Vasco, em Viseu, o Convento de Cristo, em Tomar, entre muitos outros.
No contexto desta decisão, o impacto estendeu-se a entidades como o Cineclube do Porto, na Casa das Artes, que cancelou atividades e a programação de março.
Também hoje, o grupo Porto Editora anunciou ter suspendido todas as atividades públicas até ao final de março, incluindo as “dezenas de visitas de escritores a escolas”, as provas distritais da segunda fase do Campeonato Nacional de Literacia 3Di, assim como as visitas de escolas à Unidade Gráfica da Maia.
Em comunicado, a Porto Editora realçou ainda que, “após o período de quarentena definido de acordo com as orientações da DGS [Direção-Geral da Saúde], os trabalhadores que se encontravam em isolamento domiciliário regressaram hoje ao trabalho, sendo de saudar o facto de todos eles se encontrarem bem de saúde”.
A editora lamenta, no entanto, que o estado do escritor Luis Sepúlveda, infetado com o novo coronavírus e que passou pelo Correntes d’Escrita, na Póvoa de Varzim, continue a inspirar cuidados.
A Lusa contactou ainda vários recintos de espetáculos e promotores para saber se iriam cancelar ou adiar eventos, mas a maioria remeteu uma resposta para mais tarde.
A nível nacional, o executivo recomendou a suspensão de eventos em espaços abertos com mais de 5.000 pessoas, e de eventos à porta fechada com mais de 1.000 participantes.
A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.000 mortos.
Cerca de 114 mil pessoas foram infetadas em mais de uma centena de países, e mais de 63 mil recuperaram.
Portugal regista 41 casos confirmados de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
A DGS comunicou também que em Portugal se atingiu um total de 339 casos suspeitos desde o início da epidemia, 67 dos quais ainda a aguardar resultados laboratoriais.
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