O presidente da Câmara de Monforte, Gonçalo Lagem, explicou hoje à agência Lusa que a recomendação, enviada às delegações regionais de Saúde e de Educação do Alentejo, defende “a suspensão durante duas semanas”, pelo menos, das aulas nas escolas.

“Se surge aqui um outro surto, por exemplo numa instituição particular de solidariedade social, a situação fica muito complicada. Morrem mais pessoas, não conseguimos mais voluntários para cuidarem dos idosos”, alertou o autarca.

Para Gonçalo Lagem, “quanto mais tempo as escolas estiverem abertas, existindo a possibilidade de contágio, o vírus facilmente vai parar a um funcionário de um lar e os contágios que ocorrem hoje matam pessoas na próxima semana”.

“Têm de suspender tudo rapidamente”, sublinhou, numa alusão às atividades letivas dos estabelecimentos de ensino.

Caso a recomendação seja rejeitada, o autarca, eleito pela CDU, promete “arranjar forma” de “incentivar” todos os encarregados de educação” para que “possam ficar com os seus filhos em casa”.

O autarca explicou ainda que estão a ser criadas condições, caso as escolas encerrem, para dar respostas aos alunos cujos encarregados de educação sejam trabalhadores de primeira linha, sem condições de deixar os filhos em casa.

“Criámos respostas, juntamente com a escola, nomeadamente com aulas presenciais para aqueles que não têm condições de ficar em casa ou Atividades de Tempos Livres (ATL), caso se trate de jardim-de-infância”, disse.

O Presidente da República assinou na terça-feira o decreto do Governo que altera a regulamentação do estado de emergência, no dia em que Portugal contabilizou 218 mortes, um novo máximo de óbitos em 24 horas, relacionados com a covid-19, e 10.455 novos casos de infeção pelo novo coronavírus.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.058.226 mortos resultantes de mais de 96,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 9.246 pessoas dos 566.958 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.