O Ministério da Saúde de Israel confirmou hoje 859 novos casos de pessoas infetadas pelo novo coronavírus - que causa a doença COVID-19 -, enquanto todas as atenções estão voltadas para a concretização do plano de anexação de territórios na Cisjordânia ocupada.

Este número é o mais alto registado no país desde o início da pandemia, há mais de quatro meses, e implica que mais de 5% dos testes realizados tiveram resultados positivos.

Depois de dois meses de relaxamento das medidas de combate ao vírus, o Governo israelita novamente impôs, na segunda-feira, uma série de medidas que limitam a maioria das reuniões públicas a um máximo de 50 pessoas, embora continue a ignorar as recomendações de especialistas e até de funcionários da saúde para que sejam tomadas decisões drásticas para interromper a segunda onda do vírus no país.

Em entrevista à rádio pública, o ministro Tzachi Hanegbi (sem pasta) disse na terça-feira que 99% do que o Governo faz não está relacionado com o novo coronavírus.

As suas declarações ocorreram depois de o ministro da Defesa, Beny Gantz, ter indicado que a anexação de territórios na Cisjordânia ocupada era menos urgente do que lidar com a pandemia.

Essas declarações são relevantes porque o Governo de coligação do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e Gantz foi formado como um "governo de emergência" para lidar com a crise da saúde que afeta todo o mundo.

No momento, o número de novas infeções não se reflete em um aumento sério no número de vítimas fatais da doença, que aumentou lentamente nos últimos dias e que é de 320 no total.

O total de pessoas infetadas desde o início da pandemia no país, de cerca de nove milhões de habitantes, chegou a 25.547, dos quais pouco mais de 8.000 estão ativos e apenas 56 estão em estado grave.

A nível mundial, a pandemia de COVID-19 já provocou quase 507 mil mortos e infetou mais de 10,37 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.