"Vou ficar mais descansado, que isto assusta porque andamos sempre com medo", disse à agência Lusa José Vaz Figueiredo, de 80 anos, que tinha acabado de receber a primeira dose da vacina, no centro montado na Antiga Cerâmica Arganilense.

O habitante de Sorgaçosa admitiu alguma ansiedade face ao processo, mas realçou a possibilidade de aqui a uns tempos poder pensar em "matar as saudades da família".

Já Maria de Luz Espírito Santo, com 101 anos, mostrava-se "calma".

A habitante de Folques frisou que não saía de casa há três meses, tendo saído apenas para receber a primeira dose da vacina.

"Ansiedade temos sempre, mas tenho confiança, em primeiro lugar em Deus, e que Deus dê inteligência ao homem, como deu neste caso para fazer a vacina", afirmou Altenor Afonso, de 83 anos.

O habitante de Sarzedo esperava pela segunda dose da vacina e vincava que as pessoas têm "que ter confiança" no processo.

"Deus queira que fique protegida", realçou Lucinda Fonseca, de 91 anos, frisando que "já é tempo de isto acabar".

No centro de vacinação, que conta com o apoio na logística de uma empresa privada, tudo começa com uma chamada no exterior do edifício pelas pessoas que têm marcação.

Lá dentro, há uma zona de ‘check-in', onde se confirma o agendamento, são feitas perguntas definidas pela Direção-Geral da Saúde, segue-se uma zona onde se espera pela vacina, é-se vacinado e fica-se depois numa zona ampla, em que são cumpridos os 30 minutos de recobro.

"Não tem havido, para já, nenhuma complicação. O início da organização do próprio centro estava a interferir com a atividade do centro de saúde, mas desde a sua abertura que tem corrido bem", notou o médico do Centro de Saúde de Arganil, Carlos Alves.

De acordo com o presidente da Câmara de Arganil, Luís Paulo Costa, no concelho já foram vacinadas mais de 80% das pessoas com mais de 80 anos ou com mais de 50 anos e com determinadas patologias.

"Já é um nível de vacinação assinalável", notou.

Segundo o autarca, o processo de vacinação está a decorrer "com alguma normalidade", apesar de ter notado um ajuntamento à entrada do centro, "com pessoas que vêm com uma ou duas horas de antecedência e criam entropia ou confusão".

Num concelho com um território vasto, o transporte das pessoas é feito em articulação com as juntas de freguesia e instituições particulares de solidariedade social, salientou.