“Está prevista a expansão da capacidade de internamento de doentes com patologia covid através de uma nova estrutura modular para tratamento de doenças infeciosas/covid, superior a 30 camas”, revelou à agência Lusa a administração daquela unidade hospitalar do concelho de Almada, no distrito de Setúbal.
Profissionais de saúde do Hospital Garcia de Orta disseram à agência Lusa que a capacidade instalada para tratamento de doentes covid-19 “está esgotada” e garantiram que há vários serviços a funcionar com um quadro de pessoal reduzido devido à pandemia.
Esses profissionais disseram ainda que estão a ser pressionados pela administração para manter o nível de resposta que se verifica em condições normais.
Por outro lado, denunciam a existência de doentes infetados em serviços/enfermarias não covid, bem como a alegada recusa da morgue do hospital em aceitar pessoas falecidas em casa.
O Hospital Garcia de Orta dispõe, neste momento, de 60 camas para doentes covid, incluindo oito camas em cuidados intensivos polivalentes.
Confrontada com a denúncia de alegadas dificuldades na resposta aos problemas provocados pela pandemia de covid-19, a administração do hospital Orta começa por assegurar que realiza “testes a todos os doentes aquando do seu internamento e de forma sistemática, promovendo ainda rastreios aos seus profissionais de saúde nos diferentes serviços clínicos”.
Salienta ainda que tem atualmente três enfermarias covid-19 e vai abrir uma quarta enfermaria.
Na resposta por escrito a perguntas da agência Lusa, a administração do Hospital Garcia de Orta admite também que tem atualmente “cerca de 2% dos seus profissionais com resultado positivo para a infeção de SARS-CoV2 e em isolamento profilático”, mas sublinha que a grande maioria das infeções ocorreram “em contexto extra-hospitalar”.
Por outro lado, o Conselho de Administração do HGO reconhece o “esforço e empenho acrescidos por parte de todos os profissionais de saúde, durante este período de pandemia, para assegurarem a qualidade da resposta em saúde aos utentes”.
Quanto à casa mortuária, a administração do HGO admite que há oscilações diárias, mas assegura que a lotação atual é de cerca de 79% e que os falecidos no domicílio “podem ser encaminhados para a casa mortuária do HGO ou para outras morgues, mediante a lotação de cada uma e segundo autorização do Procurador da área”.
Além das medidas previstas para melhoria da capacidade de resposta a doentes covid, a administração do Garcia de Orta refere que também estabeleceu protocolos com entidades externas para assegurar a retoma da atividade cirúrgica, com profissionais do HGO e de outras instituições.
Entre outras medidas, o HGO destaca a criação de “uma Unidade de Hospitalização Domiciliária para doentes covid com cinco camas”, “aumento do número de teleconsultas” e a contratação de “mais especialistas para reforçar a multidisciplinaridade da sua oferta”.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,2 milhões de mortos e mais de 46,9 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 2.635 pessoas dos 149.443 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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