O confinamento dos campos de refugiados, que começou em 21 de março, foi prolongado até 19 de julho, indicou o Ministério das Migrações grego.
No quadro deste confinamento, os migrantes não estão autorizados a sair dos campos, mas entre as 07:00 e as 21:00, são permitidas saídas de grupos de menos de 10 pessoas, ao ritmo de um máximo de 150 pessoas por hora, segundo as regras anunciadas pelas autoridades.
Os migrantes têm manifestado frustração face a este quinto prolongamento do confinamento imposto.
“Não percebo porque fazem isto. Talvez queiram mesmo manter os campos fechados?”, questionou Hamoudi, um migrante somali de 24 anos, em declarações à agência France Presse.
O jovem, que pretende pedir asilo à Grécia, reside num campo de migrantes na ilha de Chios.
Para Marco Sandrone, coordenador da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) no campo de Moria, na ilha de Lesbos, este confinamento, no caso dos migrantes, não é uma questão de saúde pública.
A Grécia soma apenas 192 mortes nesta crise pandémica, não tendo sido severamente atingida, como foram outros países da Europa.
Por outro lado, as autoridades não registaram nenhum falecimento por covid-19 nos campos instalados no conjunto das ilhas do mar Egeu, num total de 32.000 migrantes que pedem asilo para uma capacidade de 5.400 disponíveis.
As Organizações Não Governamentais têm alegado que o confinamento prolongado decretado aos migrantes pelas autoridades gregas está relacionado com a época turística, sobretudo agora que a União Europeia começou a reabrir as fronteiras.
O Governo “procura tornar os refugiados o menos visíveis possível”, afirmou Jenny Kalipozi, uma voluntária da ilha de Chios que dá apoio aos migrantes nos campos.
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