Katerina Sakellaropoulo, que assumiu funções no passado dia 13 de março como Presidente da Grécia decidiu doar a maior parte do salário dos dois próximos meses “devido às circunstâncias financeiras difíceis em que o país se encontra por causa da pandemia de coronavírus”.

“Face à ameaça sanitária somos todos iguais mas para a combater cada um deve participar de acordo com as suas próprias forças”, declarou de imediato o chefe do governo Kyriakos Mitsotakis, fazendo o mesmo que a Presidente da República.

O primeiro-ministro apelou aos políticos do país para que se posicionem no primeiro plano da “solidariedade” exortando os membros do Executivo e a maioria parlamentar que apoia o governo conservador da Nova Democracia.

Sendo assim, as doações passam a ser destinadas ao fundo especial de combate à pandemia na Grécia.

O primeiro-ministro acrescentou ter a “certeza de que todos os partidos” vão tomar uma posição semelhante.

O líder da oposição, o partido de esquerda, Syriza, disse mesmo que “essa obrigação” deveria ser obrigatória e não opcional porque os trabalhadores que perdem a maioria dos salários não têm outra escolha.

O Syriza, o partido do ex-primeiro-ministro Alexis Tsipras disse em comunicado que essa contribuição devia ser aplicada também aos eurodeputados e aos responsáveis de cargos governamentais e jurídicos e outros altos funcionários do setor público.

A Grécia, país com 11 milhões de habitantes, regista até ao momento 43 vítimas mortais da covid-19 e 1.212 pessoas estão infetados.

Uma série de medidas para apoiar o sistema de saúde, as empresas, os salários do setor privado e os profissionais independentes afetados pelos confinamento obrigatório obrigaram a um corte orçamental correspondente a 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB).

O ministro da Economia, Christos Staikouras, prevê “prejuízos significativos” a curto prazo para a Grécia, país que ainda se encontra afetado pela crise financeira que se prolongou entre 2010 e 2018.

De acordo com as previsões governamentais, a Grécia corre o risco de regressar à recessão em 2020.