“Não estamos a fazer nenhum convite a que as pessoas andem de transporte coletivo, o que estamos é a garantir ao máximo as condições de segurança para que se possa andar no transporte coletivo, para todos quanto disso fazem opção”, afirmou o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Matos Fernandes, no âmbito de uma visita à Central de Comando do Metropolitano de Lisboa, para assinalar o início do plano de desconfinamento devido à pandemia da covid-19.

Pelas 08:00, depois de ver as imagens que controlam o funcionamento do Metro de Lisboa, o ministro, que tutela os transportes públicos, afirmou que “esta é uma manhã ainda com muito poucos passageiros, muito menos passageiros do que é normal”.

“Vemos as imagens das câmaras e ficamos com ‘mixed feelings’ [sentimentos contraditórios]: por um lado, muito satisfeitos, atendendo ao dia de hoje, porque de facto não existe um número muito significativo de passageiros, está tudo a correr bem, mas lembramos bem, sobretudo depois do PART [Programa de Apoio à Redução Tarifária nos Transportes Públicos], o que foi a enorme procura destes mesmos modos de transporte”, declarou o governante.

No entanto, reforçou, o importante hoje era o cumprimento das novas regras nos transportes públicos, inclusive a lotação máxima de dois terços da sua capacidade e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras, devido à pandemia da covid-19, o que “está manifestamente a correr bem”.

“Conseguimos criar condições para que quem não tenha máscara a possa ir comprar, bem como gel desinfetante, como luvas, se for essa a opção das pessoas, por isso a rede de transporte e as empresas estão a dar uma muito boa resposta”, frisou João Matos Fernandes.

Quanto à limpeza e desinfeção dos transportes públicos, o governante assegurou que “é feita todos os dias, com reforço muito grande em todos os sítios onde se mexe com a mão”.

“A cada semana é feita uma desinfeção de todos os autocarros, de todos os comboios do metro e a um mês é feita uma higienização completa, não só dos comboios, mas também das estações […]. Tudo está a ser desinfetado com uma grande cadência”, descreveu.

O produto utilizado para a desinfeção “diz servir para um mês”, mas as empresas de transporte estão a fazer “em períodos mais curtos do que isso”.

Por exemplo, a última desinfeção no Metro de Lisboa foi em 15 de abril e “a próxima vai ser nos dias 07 e 08 de maio”, revelou João Matos Fernandes.

Além da visita ao Central de Comando do Metropolitano de Lisboa, o ministro do Ambiente foi ver o funcionamento ‘in loco’ na estação do Marquês de Pombal, onde entrou de máscara e desinfetou as mãos num dos dispensadores de gel, constatando que “basta pôr uma gota”.

Nas máquinas de venda automática, uma das seis prateleiras disponibiliza máscaras, gel desinfetante e luvas, entre os ‘snacks’ e bebidas habituais. As máscaras descartáveis custam 1,50 euros e as reutilizáveis estão disponíveis ao preço de três euros. Os equipamentos de proteção individual “estão a ser comprados e vendidos”, carregando-se as máquinas “três vezes ao dia” no Metro de Lisboa.

Na linha Azul, na estação do Marquês de Pombal em direção à Reboleira, às 08:32, o ministro viu o comboio chegar, com todos os passageiros a sair e a entrar de máscara. O próximo comboio tinha como tempo de espera 06:40 minutos. Dentro das carruagens, iam cerca de três a quatro pessoas.

Na entrada das estações e no controlo de acessos estão hoje vários elementos da Polícia de Segurança Pública (PSP), para assegurar o uso obrigatório de máscara por todos os passageiros.

No Metropolitano de Lisboa, a empresa vai passar a controlar a lotação nas estações críticas e reforçar a oferta de comboios para garantir a distância de segurança entre os utentes, estando previsto também um reforço das ações de limpeza do material circulante e das estações, sobretudo espaços e superfícies de toque.