A autarquia anuncia, por isso, a disponibilidade dos militares do Regimento de Engenharia N.º 3, instalado no seu território, para ajudar no processo de controlo de fluxos.

O presidente da Câmara de Espinho, Joaquim Pinto Moreira, diz-se "profundamente preocupado" com as infrações à quarentena geográfica decretada pelo Governo a Ovar, porque "as forças de segurança no terreno não são suficientes e algumas empresas e muitos cidadãos não estão a respeitar as normas de saúde pública impostas", convencendo os agentes a permitirem a sua circulação sob argumentos inválidos, por exemplo, ou atravessando essas duas autarquias do distrito de Aveiro por caminhos secundários não barrados pelas autoridades.

Recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS)

  • Caso apresente sintomas de doença respiratória, as autoridades aconselham a que contacte a Saúde 24 (808 24 24 24). Caso se dirija a uma unidade de saúde deve informar de imediato o segurança ou o administrativo.
  • Evitar o contacto próximo com pessoas que sofram de infeções respiratórias agudas; evitar o contacto próximo com quem tem febre ou tosse;
  • Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contacto direto com pessoas doentes, com detergente, sabão ou soluções à base de álcool;
  • Lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir;
  • Evitar o contacto direito com animais vivos em mercados de áreas afetadas por surtos;
  • Adotar medidas de etiqueta respiratória: tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o braço, nunca com as mãos; deitar o lenço de papel no lixo);
  • Seguir as recomendações das autoridades de saúde do país onde se encontra.

Joaquim Pinto Moreira nota que já ativou em Espinho o Plano Municipal de Emergência da Proteção Civil para elevar o nível de alerta e reforçar o controlo da cadeia epidemiológica, mas afirma que “têm sido identificados atravessamentos constantes e absolutamente indesejáveis entre Ovar e Espinho, desrespeitando as condições impostas pelo cerco sanitário".

O autarca atribui essas situações à "aparente insuficiência de forças de segurança no terreno e a alguma descoordenação", mas reconhece também "o lamentável incumprimento, das empresas e cidadãos, face às normas de saúde pública impostas".

"É lamentável que as próprias empresas de Espinho e Ovar não tomem elas próprias, desde logo, a iniciativa de informar e sensibilizar os trabalhadores para o facto de não poderem atravessar o território sanitariamente delimitado. Ao invés, algumas dessas empresas até procuram obter salvos-condutos junto dos municípios, como se um livre-trânsito não pusesse frontalmente em causa a segurança de todos", acrescenta Pinto Moreira.

Já por via das dúvidas, Pinto Moreira garante à Lusa: "Em Espinho não atribuímos livre-trânsitos".

O autarca critica também a postura de cidadãos que repetidamente "procuram movimentar-se sem respeito pelas regras definidas e, muitas vezes, por motivos absolutamente fúteis, removendo inclusive as barreiras colocadas" nas estradas pelas forças de segurança - consistindo essas delimitações em gradeamento metálico facilmente manuseável e deslocável por uma única pessoa.

Por todos esses motivos, defende que "não estão garantidas as condições de cerco sanitário impostas e anunciadas" e apela ao Governo "para que diligencie de imediato o reforço do efetivo das forças de segurança presente no terreno, recorrendo, se necessário, à unidade militar do Regimento de Engenharia N.º 3 situada entre Espinho e Ovar, para apoiar o processo de controlo de fluxos dos cidadãos".

Pinto Moreira também insta empresas e cidadãos a cumprirem a lei no quadro atual de emergência nacional.

"O respeito pelo cerco sanitário decretado para Ovar é uma medida absolutamente necessária para proteção e salvaguarda de todos nos tempos que correm, e merece especial preocupação no dia em que, em Espinho, já se somam oito casos positivos de infeção por Covid-19, dois deles internados, um em estado grave", conclui o autarca.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, foi detetado em dezembro de 2019 e infetou já mais de 235.000 pessoas em todo o mundo.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde elevou na quinta-feira o número de casos confirmados de infeção para 785, mais 143 do que na quarta-feira.

Portugal encontra-se desde as 00:00 de quinta-feira em estado de emergência e assim se manterá até às 23:59 do dia 02 de abril, o que prevê a possibilidade de confinamento obrigatório dos cidadãos em casa, assim como restrições à circulação na via pública - cujo incumprimento incorre em crime de desobediência.

O Governo também declarara na terça-feira o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar, assim sujeito a cerca sanitária e controlo policial de entradas e saídas no território.

 O novo coronavírus, responsável pela pandemia da COVID-19, infetou mais de 235 mil pessoas em todo o mundo.

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