“Este reforço e este apoio, para nós, será certamente precioso”, afirmou a responsável do conselho de administração do Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE), Maria Filomena Mendes.
Os profissionais “chegarão, em princípio, a partir da próxima segunda-feira, dia 15, e vêm para apoiar a área dos cuidados intensivos”, acrescentou.
O Ministério da Saúde anunciou, na quinta-feira, que Portugal vai receber na próxima semana duas equipas médicas da França e do Luxemburgo, um “importante apoio” no tratamento de doentes de covid-19 em hospitais com elevada pressão de cuidados intensivos.
O ministério assinalou que a equipa do Luxemburgo, constituída por dois médicos e dois enfermeiros, vai apoiar o serviço de medicina intensiva do HESE, enquanto o médico e os três profissionais de enfermagem franceses vão trabalhar no Hospital Garcia de Orta, em Almada.
“As equipas deverão chegar na semana de 15 de fevereiro, prevendo-se uma estadia de 15 dias”, referiu o ministério.
Além destas duas equipas, já está em Portugal uma equipa médica militar alemã que começou a tratar os primeiros pacientes na segunda-feira, no Hospital da Luz, em Lisboa.
A responsável do HESE explicou hoje que, à semelhança do que “acontece em todo o país”, este hospital “tem tido um abrandamento da pressão” ao nível “da procura, quer do serviço de urgência, quer do internamento em enfermaria”.
“E também já se nota, embora muito menos, mas algum abrandamento dos internamentos em Unidade de Cuidados Intensivos”, afiançou.
Maria Filomena Mendes precisou aos jornalistas que, atualmente, o HESE está com “cerca de três vezes menos doentes internados em enfermaria” do que “há 10 ou 15 dias atrás”, uma melhoria que atribuiu “ao confinamento” e que qualificou como “um abrandamento muito significativo”.
No total, a unidade tem 53 doentes internados, dos quais 40 em enfermaria e 13 na UCI, notou, lembrando que chegaram a estar 17 doentes em cuidados intensivos e 120 doentes internados.
“Todavia, as UCI continuam a ter a maior pressão de internamento”, pelo que o reforço da equipa de médicos e de enfermeiros luxemburguesa “representa imenso”.
Para Maria Filomena Mendes, “é um apoio e representa acima de tudo uma solidariedade que se estende para além das fronteiras” de Portugal “numa situação de pandemia” e perante questões de Saúde que “são globais, não se confinam a uma região, a um país”.
Esta ajuda é bem recebida, mas a presidente do HESE não esquece os elogios aos da “casa”. Os profissionais do hospital “têm sido verdadeiramente excecionais e têm tido uma dedicação total aos seus doentes” e o HESE tem contado, inclusive, com o reforço de médicos e enfermeiros de outras especialidades nas equipas de cuidados intensivos, frisou.
O pedido para a sua vinda não foi feito pelo hospital, “foi uma proposta do Ministério da Saúde”, mas porque “a tutela tinha conhecimento” de que, apesar de a unidade ter “as instalações e os equipamentos necessários para abrir mais camas”, porque pode chegar às 22 de UCI, existe “este constrangimento que tem a ver com os recursos humanos”, reconheceu.
Os profissionais do Luxemburgo, que não trazem qualquer material, ao contrário dos médicos alemães, terão “um tempo de adaptação e de integração”, mas vão trabalhar com as equipas do próprio HESE: “São muito bem-vindos e esperamos que se sintam muito bem acolhidos e adaptados à realidade do nosso hospital”, disse Maria Filomena Mendes.
Em Portugal, morreram 15.034 pessoas dos 781.223 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
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