Num relatório com as previsões globais, a Moody’s afirma que a economia italiana já está “provavelmente em recessão” depois de sofrer uma contração de 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB) no quarto trimestre de 2019, quando o país ainda não tinha sido atingido pelo surto de Covid-19.
A Moody’s vaticina que a economia transalpina continue em terreno negativo no primeiro trimestre de 2020, devido aos efeitos do coronavírus nas regiões mais afetadas do norte do país (Lombardia, Veneto e Emília-Romagna), que juntas representam 40% do PIB.
Se isso acontecer, a Itália, o país europeu mais atingido pelo coronavírus, estará em recessão técnica ao acumular dois trimestres a recuar.
A paralisação da atividade produtiva nestas regiões e as restrições ao movimento de pessoas “terão um impacto significativo no crescimento económico”, assinala o documento.
Além disso, a Moody’s considera que os efeitos no turismo, responsável por 13% do PIB italiano, possam continuar durante o verão e não apenas nos meses da primavera.
A crise do coronavírus está a prejudicar o turismo italiano e o setor já adiantou que entre 01 de março e 31 de maio espera receber menos 32 milhões de turistas, aproximadamente, o que representa perdas no valor de 7.400 milhões de euros.
No documento, a agência também adverte que o risco de uma recessão global aumentou e que o surto atinge a atividade económica, a procura e o consumo, podendo prejudicar severamente os resultados das empresas.
O surto de COVID-19, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou mais de 3.450 mortos e infetou mais de 100 mil pessoas em pelo menos 86 países, incluindo 13 em Portugal.
Até à meia-noite de sexta-feira (16:00 horas de quinta-feira, em Lisboa), a China continental, que exclui Macau e Hong Kong, somava, no total, 3.042 mortes e 80.552 casos de infeção, mais de 80% do conjunto global em todo o mundo, apesar dos surtos recentes em Itália, Irão, Coreia do Sul e Japão.
A China informou que mais de 53.700 pessoas receberam alta no país desde o início do surto.
Além dos 3.042 mortos na China Continental, há registo de vítimas mortais no Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Hong Kong, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos, Filipinas, Espanha, Reino Unido e Iraque.
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