De acordo com a plataforma, que afirma representar mais de 50 associações de doentes, promotores e utentes dos serviços de saúde, a nível nacional, há pessoas com doenças cardiovasculares, bem como diabéticos, asmáticos e doentes oncológicos cuja profissão não lhes permite trabalhar em casa.

"Como deixar de trabalhar é uma situação que acarreta problemas financeiros para as famílias, é necessário proteger estes grupos de risco, assegurando-lhe as devidas condições de segurança e de saúde até que este problema esteja solucionado", defendeu a associação em comunicado divulgado hoje, na sequência de ofícios enviados às ministras do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, e da Saúde, Marta Temido.

A estrutura pretendeu, assim, alertar o governo para a situação e, ao mesmo tempo, "pedir que, de acordo com a lei, seja possibilitado a estas pessoas o isolamento profilático até ao fim da pandemia".

Na carta enviada às responsáveis governamentais, refere-se que estão em causa "pessoas imunodeprimidas ou portadoras de doença crónica que, de acordo com as orientações da autoridade de saúde, são consideradas de risco", designadamente doentes hipertensos, diabéticos, doentes cardiovasculares, portadores de doença respiratória crónica e com problemas oncológicos.

"Estas patologias, como bem sabemos, não afetam só pessoas idosas já na idade da reforma. Afetam também muitos cidadãos em idade ativa, que não podem prescindir dos rendimentos do trabalho para a sua subsistência e do seu agregado familiar", lê-se no documento.

Segundo a plataforma, está em causa "um grupo especialmente vulnerável", para o qual a infeção por SARS-CoV-2 (o novo coronavírus que provoca a doença covid-19) pode ser fatal ou deixar graves sequelas.

"A probabilidade de este grupo da população, ao ser contaminado, carecer de internamento hospitalar, de ventilador e de cuidados intensivos, é muito elevada", advertiu a organização.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais cerca de 54.000 morreram.

Dos casos de infeção, cerca de 200.000 são considerados curados.

O continente europeu, com cerca de 560.000 infetados e perto de 39.000 mortos, é aquele onde se regista o maior número de casos. Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais: 13.915 óbitos, em 115.242 casos confirmados até quinta-feira.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 246 mortes, mais 37 do que na véspera (+17,7%), e 9.886 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 852 em relação a quinta-feira (+9,4%).

Dos infetados, 1.058 estão internados, 245 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 68 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, após o prolongamento aprovado na quinta-feira pela Assembleia da República.