António Costa assumiu esta posição no final de uma reunião de hora e meia com o presidente da Câmara de Loures, Bernardino Soares, sobre o combate à pandemia da COVID-19, na qual esteve acompanhado pela ministra da Saúde, Marta Temido, e pelo secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, também coordenador do Governo para a região de Lisboa e Vale do Tejo.
"Tal como já tinha observado em Sintra e na Amadora na quarta-feira, a metodologia [de combate à COVID-19] colocada em prática está a provar bem, porque se conseguiu estabilizar em Loures o número de novos casos [de infeção] e há uma tendência decrescente de casos ativos, o que nos dá confiança em relação ao caminho seguido", sustentou o líder do executivo.
No entanto, de acordo com António Costa, "mantém-se uma necessidade de seguir este caminho, procurando reforçar as equipas de forma a conservar um trabalho de proximidade".
"A metodologia de integrar equipas multidisciplinares, com um trabalho de proximidade com as famílias e populações, tem sido muito positivo", insistiu, após elogiar o papel dos autarcas nessa "articulação" de esforços.
Logo a seguir, porém, António Costa considerou "prematuro antecipar o estado de classificação que foi feito no início deste mês", designadamente em relação às 19 freguesias mais atingidas na Área Metropolitana de Lisboa.
"Vamos continuar a trabalhar, mas estamos numa fase completamente distinta daquela que estávamos em março, quando o desafio era o de travar o crescimento exponencial. Depois, procurou-se reduzir a pandemia para uma situação de controlo. Ora, essa situação está hoje sob controlo em todo o território nacional", advogou.
Porém, de acordo com o primeiro-ministro, "não se pode desvalorizar o facto de em alguns locais muito precisos haver uma taxa de incidência ainda bastante elevada".
"Conseguiu-se aí estabilizar e reduzir o número de novos casos ativos, mas seria prematuro estar a aligeirar as medidas nestes territórios. Penso que isso é consensual entre todos, incluindo os presidentes de câmaras. Mas segunda-feira faremos uma avaliação global, porque estamos perante um processo dinâmico", justificou.
Questionado sobre o facto de o surto em Reguengos de Monsaraz, no Alentejo, estar já a motivar que autarcas espanhóis peçam o encerramento de fronteiras, António Costa defendeu que a situação preocupante existente em lares "não significa uma expansão da pandemia na comunidade".
"Não aconteceu qualquer situação generalizada. Acontece sim uma situação de enorme gravidade num lar em concreto, que tem uma grande incidência estatística, mas que não significa uma situação generalizada no conjunto do território", disse.
Em relação ao conjunto do país, de acordo com o primeiro-ministro, "a situação é tranquila, sem prejuízo de uma realidade que todos devem ter presente". "Até haver vacina o vírus vai continuar a estar por aí", acrescentou.
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