Hoje realizaram-se duas manifestações, uma delas com muita participação, que reuniu centenas de pessoas na Piazza San Giovanni, e outra mais pequena, organizada por ativistas de extrema-direita do Forza Nuova, na zona onde se situa a Boca da Verdade.

Ambas são em protesto contra a utilização das máscaras, embora os participantes as tenham usado, uma vez que o chefe da polícia, Franco Gabrielli, já tinha avisado de que qualquer evento público deve ser realizado de “forma ordeira” e respeitando todas as regras estabelecidas pela legislação para evitar o contágio, ou seja, garantindo a distância interpessoal e a utilização das máscaras.

Caso contrário, a polícia teria de dispersar os manifestantes, sublinhou num comunicado.

Os manifestantes que se reuniram na Piazza San Giovanni fizeram-no usando máscaras, alguns cobrindo apenas a boca e não o nariz, e muitos outros usando-as no queixo. Levaram bandeiras e faixas com mensagens tais como “Defendemos a Constituição” ou “Pelos nossos filhos, pela liberdade e democracia”.

Os meios italianos de comunicação salientam que houve alguns momentos tensos, em que a polícia pediu a identificação de um dos participantes numa manifestação, que não estava a usar máscara, e o resto dos participantes começou a gritar “Vergonha” e “Liberdade”.

A Itália acumulou cerca de 344.000 casos de coronavírus desde que o estado de emergência foi declarado no país, em 21 de fevereiro, e registou cerca de 36.000 mortes provocadas pela pandemia.

Nos últimos dias, a curva de transmissão da doença disparou e só na sexta-feira o país registou mais de 5.000 novos infetados, em comparação com quinta-feira.

O Governo italiano prorrogou recentemente o estado de emergência até 31 de janeiro, a fim de lidar com a pandemia através da adoção de decretos urgentes, e impôs a obrigação de uso da máscara em todos os momentos, incluindo ao ar livre.

“Precisamos de elevar o nível de cuidados. Precisamos de maior coordenação com as regiões, e o comportamento das pessoas continua a ser decisivo”, salientou hoje o ministro da Saúde, Roberto Speranza.

A pandemia de COVID-19 já provocou mais de um milhão e sessenta e nove mil mortos e perto de 37 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 2.067 pessoas dos 85.574 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

Na Europa, o maior número de vítimas mortais regista-se no Reino Unido (42.679 mortos, mais de 575 mil casos), seguindo-se Itália (36.111 mortos, mais de 343 mil casos), Espanha (32.929 mortos, mais de 861 mil casos) e França (32.630 mortos, mais de 691 mil casos).