No total, o Brasil, país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos em todo o mundo, concentra 211.491 óbitos e 8.573.864 casos confirmados desde a chegada da covid-19 a território brasileiro.

Os números de mortes e infeções contabilizados mais do que duplicaram face aos registados no domingo e na segunda-feira, situação que já é habitual durante e após os finais de semana, devido à redução do número de funcionários que processam os dados dos testes ao novo coronavírus, segundo explicou o próprio Governo Federal.

De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde, a taxa de letalidade da covid-19 no Brasil é agora de 2,5% e a taxa de incidência está fixada em 101 mortes e 4.080 casos por cada 100 mil habitantes.

Das 27 unidades federativas do Brasil, seis já ultrapassaram os 500 mil diagnósticos positivos da doença e também seis concentram mais de 10 mil mortes, cada.

São Paulo, o Estado mais rico e populoso do país, é também a região mais afetada em todo o Brasil, ao totalizar 1.644.225 infeções e tendo ultrapassado a barreira das 50 mil vítimas mortais (50.318). O número foi alcançado cerca de dez meses após a confirmação da primeira morte naquele Estado, em 12 de março.

Sozinho, São Paulo já regista mais mortes do que toda a vizinha Argentina, que soma 45.832 mil óbitos até o momento.

No momento em que o país iniciou a sua imunização contra a covid-19 através da administração da Coronavac, vacina que vem sendo desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, o coordenador do Centro de Contingência da Covid-19 de São Paulo, João Gabbardo, afirmou que, em algum momento, a vacinação contra o novo coronavírus terá de ser reduzida, e até mesmo paralisada, por falta de doses no país.

“O processo de vacinação não vai ser contínuo. O Brasil tem condições de vacinar dois, três milhões de pessoas por dia. Nós temos seis milhões de doses, isso seria suficiente para vacinar em três dias de uma forma plena, com todas as unidades de saúde a funcionar. É muito pouco”, disse Gabbardo à estação televisiva CNN Brasil.

“A população vai ter de estar preparada para isso, os gestores, secretários de Saúde e governadores vão ter que estar preparados. Em alguns momentos a vacinação vai ter de ser paralisada ou reduzida aguardando a chegada de novas doses. É certo que vai acontecer isso”, sublinhou o coordenador.

Em causa está a falta de matéria-prima para produzir o imunizante em território brasileiro. Nesse sentido, o Instituto Butantan, fabricante da Coronavac no Brasil, instou o Presidente, Jair Bolsonaro, a negociar com Pequim o envio do material necessário.

“Se a vacina agora é do Brasil, o nosso Presidente que tenha a dignidade de defendê-la e de solicitar, inclusive, apoio, para o seu Ministério de Relações Exteriores na conversa com o Governo da China. É o que nós esperamos”, disse o diretor do Butantan, Dimas Covas

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.041.289 mortos resultantes de mais de 95,4 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.