Pressionado por aliados, o chefe de Estado convocou para hoje uma reunião com ministros, os presidentes das duas casas do Congresso, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e governadores aliados para discutir medidas de combate à doença, que culminou no anúncio do comité.
“A vida em primeiro lugar. Resolvemos, entre outras coisas, que será criado uma coordenação junto aos governadores com o senhor presidente do Senado Federal”, disse Bolsonaro, numa breve declaração ao lado dos outros participantes na reunião.
“Da nossa parte, um comité reunir-se-á todas as semanas com autoridades para decidirmos ou redirecionarmos o rumo do combate ao coronavírus”, acrescentou.
Ao destacar que “a vida vem primeiro”, o Presidente brasileiro indicou que poderá adotar um novo entendimento sobre a perigo da covid-19, que já considerou como uma “gripezinha” quando defendeu o regresso das pessoas às ruas para não comprometer a economia do país.
O chefe de Estado brasileiro, porém, não mencionou medidas de distanciamento social recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como forma eficiente de combater o vírus.
Bolsonaro também voltou a falar sobre o polémico “tratamento precoce”, que consiste no uso de medicamentos como a cloroquina e que não têm eficácia comprovada contra a covid-19.
“Tratámos também de possibilidade de tratamento precoce. Isso fica a cargo do ministro da Saúde, que respeita o direito e o dever do médico ‘off-label’ tratar os infetados”, defendeu.
O presidente do Senado brasileiro, Rodrigo Pacheco, defendeu a importância de uma união nacional para encontrar “soluções no momento mais crítico da história brasileira”.
Já o Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, destacou que a reunião marca o primeiro passo para “despolitizar” a pandemia.
O Brasil registou na terça-feira o seu dia mais trágico desde o início da pandemia, após ter ultrapassado, pela primeira vez, os três mil mortos (3.251) devido à covid-19 num único dia.
No total, a nação sul-americana registou 298.676 mortos desde fevereiro do ano passado, mês em que a covid-19 chegou ao país, segundo dados do último boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde.
O recorde anterior de mortes havia sido alcançado na última terça-feira, quando foram registados 2.841 óbitos em 24 horas.
Em relação ao número de infeções, foram contabilizados 82.493 casos positivos entre segunda-feira e hoje, num total de 12.130.019 diagnósticos do novo coronavírus em solo brasileiro.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.735.411 mortos no mundo, resultantes de mais de 124,1 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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