Num comunicado divulgado na noite de quinta-feira, a ARSLVT explica que “procedeu à reorganização dos recursos humanos e materiais nos cuidados de saúde primários” em toda a região de Lisboa e Vale do Tejo, para criar estas 35 áreas dedicadas à doença provocada por um novo coronavírus (SARS-CoV-2).
Estas áreas vão estar “reservadas a utentes com suspeitas” de infeção pelo SARS-CoV-2, e vão ser compostas por “duas salas de observação, com áreas de receção, de espera e instalações sanitárias separadas dos doentes” que não apresentem suspeitas de covid-19.
A nota adianta que cada uma destas unidades será constituída por “médico, enfermeiro, assistente operacional, administrativo e equipa de limpeza”.
A ARSLVT acrescenta também que deverão acorrer, preferencialmente, a estas unidades as pessoas que apresentem sintomas respiratórios e que tenham contactado previamente com a Linha SNS24.
A fase de mitigação da pandemia da covid-19 entrou hoje em vigor e corresponde ao nível de alerta e de resposta mais elevado, segundo o Plano Nacional de Preparação e Resposta.
Esta fase é ativada quando as cadeias de transmissão estão estabelecidas no país, tratando-se de uma situação de epidemia ativa.
O Plano Nacional de Preparação e Resposta à doença pelo novo coronavírus estabelece as fases de resposta, que incluem três níveis e seis subníveis, de acordo com a avaliação de risco para a covid-19 e o seu impacto para Portugal.
Segundo o documento da Direção-Geral da Saúde (DGS), a fase de mitigação, nível vermelho de alerta e de resposta três (a mais elevada de uma escala de três), corresponde à presença de casos de infeção com vírus da covid-19 em território nacional e divide-se aos subníveis de “cadeias de transmissão em ambientes fechados” e “cadeias de transmissão em ambientes abertos”.
Na fase de mitigação, as cadeias de transmissão do vírus que provoca a doença da covid-19 já se encontram estabelecidas em Portugal, tratando-se de uma situação de epidemia ou pandemia ativa.
Neste contexto, as medidas de contenção da doença são insuficientes e a resposta é focada na mitigação dos efeitos da covid-19 e na diminuição da sua propagação, de forma a minimizar “a morbimortalidade [relação entre o número mortes provocadas por determinada doença, num dado local e num certo período de tempo], e/ou até ao surgimento de uma vacina ou novo tratamento eficaz”.
O plano indica ainda que a fase de mitigação é a última fase de resposta antes da fase de recuperação.
A partir de hoje, os hospitais e centros de saúde vão ter de se adaptar a novas regras para responder a esta fase de mitigação.
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, admitiu, em conferência de imprensa, na quarta-feira, que Portugal tem transmissão comunitária do vírus que provoca a doença da covid-19, mas assegurou que não está descontrolada.
“Temos transmissão comunitária, não exuberante, não descontrolada, mas temos”, afirmou.
Graça Freitas disse que a partir hoje vai entrar em funcionamento o novo modelo para abordar a resposta à covid-19.
“Vamos passar das medidas da fase de contenção para as medidas da fase de mitigação. Como em todas as mudanças, a fase de transição pode ter alguma turbulência” porque “não se muda de paradigma assistencial de um dia para outro sem que exista turbulência”, acrescentou.
O número de mortes associadas ao vírus que provoca a covid-19 subiu para 43 em Portugal, revelou hoje a Direção-Geral da Saúde (DGS), num boletim que regista 2.995 casos de infeção.
Comentários