“Temos uma situação que eu descreveria como crítica”, disse Lauterbach durante uma conferência de imprensa com o presidente do Instituto Robert Koch (RKI), Lothar Wieler, e o diretor da Clínica de Reabilitação Median, em Heiligendamm, Jördis Frommhold, para analisar a evolução da pandemia no país.

A Alemanha registou hoje o segundo maior número de novas infeções desde o início da pandemia, com 252.836 positivos em 24 horas, contra 217.593 há uma semana e depois do recorde de 262.752 casos na quinta-feira.

A incidência acumulada aumentou para 1.439,0 novas infeções por 100.000 habitantes em sete dias, contra 1.388,5 um dia antes e 1.196,4 há uma semana, de acordo com os dados atualizados hoje pelo Instituto Robert Koch, que estima o número de casos ativos em cerca de 3.479.100.

O número de mortos de ou com a covid-19 em 24 horas totalizou 249, menos que os 291 da passada sexta-feira.

O presidente do Instituto Robert Koch adiantou que nas últimas quatro semanas morreram mais de 4.200 pessoas devido à doença covid-19 e atualmente morrem mais de mil por semana, “com uma tendência crescente”, sendo 86% das mortes de pessoas com mais de 70 anos.

“A situação é objetivamente muito pior do que se pensa”, havendo uma tendência para pensar que a pandemia já foi ultrapassada, avisou o ministro alemão.

O ministro defendeu, no entanto, o plano para flexibilizar as medidas destinadas a prevenir contágios, que na próxima semana desaparecerão na maioria, mantendo-se apenas medidas básicas, principalmente testes e máscaras para grupos vulneráveis e testes em escolas e jardins-de-infância, e a reforma da lei para a proteção contra doenças infecciosas.

Exortou, neste contexto, as autoridades regionais a prepararem o mais rapidamente possível as opções oferecidas pela lei para a proteção contra doenças infecciosas, porque, avisou, “em questão de dias” haverá focos de contágio em muitos Länder (estados federados).

O progresso contínuo da subvariante BA.2 da Ómicron já representa, segundo as autoridades alemãs, cerca de 50% dos casos de contágio, contra 38% registados há uma semana.

A covid-19 provocou pelo menos 6.011.769 mortos em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

A doença é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.

A variante Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante no mundo desde que foi detetada pela primeira vez, em novembro, na África do Sul.