A Austrália decidiu pôr em quarentena quase 300 pessoas retiradas de Wuhan e arredores, o epicentro do coronavírus, na Ilha de Natal.
O grupo vai completar na segunda-feira (17 de fevereiro) 14 dias de isolamento no território mais remoto da Austrália.
As três centenas de cidadãos estão num um centro de detenção para refugiados, que abriga habitualmente migrantes à espera de asilo ou deportação.
O presidente do Condado da Ilha do Natal, Gordon Thomson, garante que o impacto no turismo é devastador.
"Um dos dois maiores operadores turísticos da ilha teve todas as reservas canceladas porque os turistas têm medo de contrair o coronavírus se vierem para cá", refere.
"Não há qualquer resultado positivo nas pessoas que aqui estão e que vieram da China, o medo em relação ao coronavírus é irracional e é isso que nos preocupa", diz Gordon Thomson.
Até ao momento, houve três casos suspeitos de coronavírus no centro de detenção para refugiados da Ilha do Natal, mas os resultados deram negativo.
Veja em baixo o mapa interativo com os casos de coronavírus confirmados até agora
Se não conseguir ver o mapa desenvolvido pela Universidade Johns Hopkins, siga para este link.
Número de casos continua a aumentar
A Comissão Nacional de Saúde da China reportou hoje 121 mortes, nas últimas 24 horas, pelo novo coronavírus, designado Covid-19, fixando em 1.380 o número total de vítimas mortais em todo o continente chinês.
Segundo a Comissão Nacional de Saúde, o número de infetados cresceu 5.090, para 63.581, na totalidade da República Popular da China, que exclui Macau e Hong Kong. Só a província de Hubei, centro da epidemia, registou 116 mortos, nas últimas 24 horas, fixando o total em 1.318, e registou 4.823 novos casos, segundo a Comissão Nacional de Saúde.
No entanto, um comunicado emitido ao início da manhã (hora local) na China pelas autoridades de Hubei fixou o numero total de mortos na província em 1.426. A Comissão Nacional de Saúde informou ainda que entre os novos casos registados a nível nacional, 2.174 são graves, enquanto 1.081 pessoas receberam alta após superarem a doença.
Mais de 490.000 pessoas que estiveram em contacto próximo com pacientes estão a ser acompanhadas, segundo as autoridades.
Na quinta-feira, as autoridades passaram a utilizar um novo método de contagem, que inclui "casos clinicamente diagnosticados", mas que não foram ainda sujeitos a exame laboratorial e, portanto, ausentes até agora das estatísticas. No primeiro dia após a entrada em vigor do novo método, a China reportou aumentos recorde no número de mortos e infetados.
Os atrasos no diagnóstico do vírus podem ser significativos, já que muitos pacientes aguardam até uma semana pelos resultados dos exames em laboratório, que são enviados para Pequim. Permitir que os médicos diagnostiquem diretamente os pacientes permitirá que mais pessoas recebam tratamento, inclusive em vários hospitais construídos de raiz em Wuhan, capital de Hubei, especificamente para o tratamento de infetados com o Covid-19.
Para além do continente chinês, Hong Kong e as Filipinas reportaram um morto cada um e, embora trinta países tenham diagnosticado casos de pneumonia por COVID-19, a China responde por cerca de 99% dos infetados.
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