A colite ulcerosa é uma doença inflamatória crónica do tubo digestivo que afeta o cólon e o reto. Pode surgir em qualquer idade, embora a sua maior incidência se verifique na segunda e terceira décadas de vida. A diarreia com sangue é o sintoma mais frequente da doença, a que se junta, por vezes, a dor abdominal. «No momento atual, a doença apresenta uma etiologia desconhecida mas pensa-se que a sua causa seja de natureza multifatorial, envolvendo fatores genéticos, ambientais e imunológicos», explica Jorge Canena, médico gastrenterologista do Hospital Cuf Infante Santo, professor de gastrenterologia na Nova Medical School – FCML.

«É uma doença crónica, evoluindo mais frequentemente por episódios de surtos e remissões», refere ainda o especialista. No entanto, hoje em dia, existem numerosos e modernos fármacos no mercado, entre os quais aminosalicilatos, corticoides, imunomoduladores, antibióticos e agentes biológicos que, isoladamente ou em conjunto, permitem a manutenção da remissão na generalidade dos doentes, garantindo-lhes uma boa qualidade de vida.

«Apesar de não haver cura definitiva para a colite ulcerosa, os tratamentos disponíveis permitem que a generalidade dos doentes tenham uma vida normal, ainda que sob vigilância médica», assegura o médico. Em território nacional, segundo dados da Associação Portuguesa de Doença Inflamatória do Intestino - Colite Ulcerosa e Doença de Crohn (APDI), o número de portugueses com doença inflamatória do intestino, em 2004, rondava os 20.000. Em 2008, só a colite ulcerosa já atingia os 15.000 doentes.