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Ensaio clínico, no qual participaram 21 hospitais espanhóis e 3 portugueses, envolveu 120 pacientes
1 de agosto de 2013 - 16h10
Investigadores espanhóis descobriram um tratamento precoce do mieloma de alto risco assintomático, que origina um cancro designado mieloma múltiplo ou sintomático, conseguindo retardar a progressão do tumor e aumentar a sobrevivência dos doentes.
O ensaio clínico, liderado pelos médicos Jesus San Miguel e Maria Victoria Mateos, do Serviço de Hematologia do Hospital Universitário de Salamanca, desenvolvido pelo Grupo Espanhol do Mieloma, foi publicado hoje na revista médica The New England Journal of Medicine, segundo a agência noticiosa espanhola EFE.
Anualmente aparecem quatro a cinco novos casos de mieloma sintomático por cada 100.000 pessoas. O cancro deve-se a uma transformação das células plasmáticas, presentes na medula óssea e que são responsáveis pela produção de uma proteína chamada monoclonal.
Anemia, dor óssea, alterações no cálcio ou na função renal são sintomas apresentados pelos doentes com mieloma múltiplo, que atualmente são tratados apenas quando são sintomáticos.
No estado anterior da doença, sem sintomas, esta pode ser identificada pela proliferação de células plasmáticas anormais e do componente monoclonal.
O Grupo Espanhol do Mieloma identificou um grupo de doentes assintomáticos em 2007 e escolheu para o ensaio clínico 40 por cento deles, os que apresentavam um alto risco de progressão da patologia, 50 por cento dos quais iriam passar a sintomáticos nos dois anos a seguir ao diagnóstico.
O ensaio clínico, no qual participaram 21 hospitais espanhóis e três portugueses, envolveu 120 pacientes, metade dos quais não recebeu terapia até ao aparecimento dos sintomas, enquanto os restantes foram tratados com os medicamentos lenalidomida e dexametasona.
Segundo os investigadores, os resultados são satisfatórios porque se demonstrou que o tratamento precoce adia o aparecimento dos sintomas da doença. O risco de progressão do mieloma para sintomático foi 5,6 vezes mais baixo nos que receberam terapia.
Mais importante, consideram os cientistas, cinco anos após o diagnóstico, estão vivos 94 por cento dos doentes que tiveram um tratamento precoce, contra 78 por cento dos que só foram tratados quando desenvolveram sintomas do tumor.
Lusa
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