Espécimes deste vírus existem apenas em congeladores protegidos em laboratórios desde a erradicação da infeção no fim da década de 1970, graças a intensas campanhas de vacinação.
Mas a origem do vírus permanece desconhecida. A descoberta do ADN viral na pele de um corpo mumificado numa igreja da Lituânia pode permitir o fim do mistério à volta desta doença infecciosa, de acordo com os cientistas cuja investigação foi tornada pública na revista científica americana Current Biology.
A sequenciação de ADN deste antigo agente patogénico indicou, entre outras coisas, que a infeção surgiu no ser humano mais cedo do que se pensava.
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"Há indícios de que múmias egípcias com 3.000 a 4.000 anos de idade tenham marcas que se pareçam de pele infetada por pústulas características da varíola", afirmou a cientista Ana Duggan, da Universidad McMaster, no Canadá, principal autora do estudo. "A descoberta mais recente questiona realmente esta interpretação e faz pensar que a história da varíola em populações humanas é inexata", completou.
Os cientistas reconstituíram o genoma completo da estirpe encontrada no corpo mumificado e compararam-no com os vírus da varíola de meados do século XIX e com amostras do período anterior à erradicação da infeção, no fim da década de 1970.
Os investigadores concluíram que os vírus tinham um ancestral viral comum que apareceu entre 1588 e 1645, o que coincide com um período de exploração, migração e colonização que pode ter contribuído para a propagação da varíola. Segundo esta tese, talvez a Antiguidade Egípcia não tenha sofrido de varíola, mas sim de varicela ou sarampo.
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