"Há 40 anos que a população ansiava por este equipamento, é um bom momento para Sines, porque sinaliza também o investimento muito grande que está a ser feito no Serviço Nacional de Saúde" (SNS), disse Adalberto Campos Fernandes, em declarações aos jornalistas, após a cerimónia de inauguração da nova unidade. "Até ao final da legislatura teremos em Portugal mais 70 novos centros de saúde", declarou.

Questionado se algum dos centros de saúde previstos até 2019 seria para construir no Alentejo, o governante remeteu para o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo, José Robalo, que indicou Santiago do Cacém, no litoral alentejano, como uma das unidades "prioritárias".

"O senhor presidente [da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano] fica com a obrigação de fazer a nova unidade de Santiago do Cacém até 2019, fica com esse encargo", acrescentou o ministro.

O governante referiu-se ainda ao concurso que "está agora a ser lançado" para contratar mais "1.200 médicos", dos quais "400 são médicos de família", e que "para determinado tipo de unidades e de regiões", como "é o caso de Sines", os especialistas "podem ter incentivos para se fixarem na região".

"É a primeira vez que isso acontece, são 40% de acréscimo na remuneração e nós acreditamos muito que novas instalações, novos equipamentos, melhores condições de trabalho e de facto o apoio naqueles casos onde há mais dificuldade em fixar os jovens, que em dois a três anos resolva este problema eterno e crónico de que toda a gente quer ficar nas grandes cidades", disse.

Segundo o presidente da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (ULSLA), Luís Matias, faltam no Centro de Saúde de Sines, hoje inaugurado após um investimento de dois milhões de euros, "dois médicos de família", algo que o ministro disse "contar com o efeito dos incentivos" para ser resolvido. "Este ano vai ser o maior número de colocação de médicos de que há memória, já no ano passado tinha sido, temos vindo a aumentar felizmente a formação médica e a formação de especialistas", reforçou.

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A orientação "para a proximidade, para as comunidades locais, para os cuidados de saúde primários", com "menos hospital" e "mais médicos de família" tem sido "um trabalho persistente" que o governante disse ser para continuar, aproveitando para lembrar a discussão da descentralização de competências na Assembleia da República. "Está em discussão da Assembleia da República uma proposta de descentralização de competências, vamos ver como corre, nós gostaríamos muito que fosse bem-sucedida, mas hoje neste preciso momento, no país todo, tal como está a acontecer em Sines, o que se está a verificar é uma excelente cooperação com as autarquias", afirmou.

O novo Centro de Saúde de Sines, no distrito de Setúbal, que dá resposta a cerca de 15 mil utentes no concelho alentejano, está equipado com gabinetes de saúde oral, de fisioterapia, saúde pública e para a vacinação, além de espaços complementares e salas de espera.

O equipamento está integrado na ULSLA, que abrange também os centros de saúde de Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Odemira e o Hospital do Litoral Alentejano.

Depois da cerimónia em Sines, Adalberto Campos Fernandes deslocou-se ao Hospital do Litoral Alentejano, em Santiago do Cacém, também no distrito de Setúbal, onde inaugurou a nova Unidade de Cuidados Paliativos, que substituiu a anterior.

O projeto, que contou com apoio financeiro de 95% da Fundação EDP, representou um investimento de cerca de 118 mil euros e permite melhorar as condições do serviço, que tem oito camas.