"Este marco dos cem doentes tratados impele-nos a continuar os objetivos de prestação de cuidados de saúde de elevada qualidade e diferenciação, num contexto de formação, ensino, investigação, conhecimento científico e inovação, tentando ser tanto uma referência nacional como internacional", refere o diretor, Joaquim Murta, citado em comunicado.

O cirurgião dirige o Centro de Responsabilidade Integrada de Oftalmologia do CHUC (CRIO), criado em 2015, que desde 2016 integra o Projeto European Reference Network On Adult Cancers (ERN EURACAN), sendo atualmente coordenador do "Subdomain Ocular Melanoma".

Segundo o comunicado, a equipa multidisciplinar da Unidade de Tumores de Adultos do Centro Nacional de Referência "tem observado, tratado e seguido doentes com tumores intraoculares referenciados de todo o país, evitando assim a sua deslocação ao estrangeiro".

Já a equipa multidisciplinar da Unidade de Tumores de Crianças tratou 29 crianças com retinoblastoma, sendo 18 portuguesas e 11 oriundos dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).

"Infelizmente, 80% das crianças são diagnosticadas em estádios avançados da doença, o que compromete a preservação da visão e do globo ocular, salientando a importância do diagnóstico precoce", realça Joaquim Murta.

O especialista refere que, por isso, foi iniciada uma campanha de sensibilização para o retinoblastoma, tendo como público-alvo os profissionais de saúde, nomeadamente os médicos de Medicina Geral e Familiar e os pediatras.

A iniciativa conta com o apoio da Direção Geral de Saúde, Comissão do Plano Nacional para as Doenças Oncológicas, do Colégio de Oftalmologia da Ordem dos Médicos e da Acreditar (Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro).

"Para além dos ganhos em termos económicos e sociais, para o Serviço Nacional de Saúde e para o doente, este Centro orgulha-se de apresentar resultados clínicos sobreponíveis aos dos melhores centros internacionais", sublinha Joaquim Murta.