"O mundo fez progressos enormes para pôr fim à Sida, mas a luta está longe do fim – especialmente para as crianças e adolescentes", afirma o diretor executivo da UNICEF, Anthony Lake, num comunicado enviado esta quinta-feira (01/12) às redações.

"A cada dois minutos, mais um adolescente – muito provavelmente uma rapariga – será infetado pelo VIH. Se quisermos acabar com a Sida, temos de recuperar o sentido de urgência que este problema merece – e redobrar esforços para chegar a todas as crianças e a todos os adolescentes", indica o responsável.

A Sida continua a ser uma das principais causas de morte entre os adolescentes, tendo custado a vida de 41.000 crianças e jovens entre os 10 e os 19 anos em 2015, segundo o "7.º Relatório sobre as Crianças e a Sida: Para Todas as Crianças – o fim da Sida".

O relatório propõe estratégias para acelerar os progressos na prevenção do VIH entre os adolescentes e o tratamento dos que estão infetados, como o investimento em inovação, incluindo em soluções desenvolvidas localmente; o reforço da recolha de dados; fim da discriminação de género, incluindo a violência com base no género;  o combate ao estigma; e dar prioridade a medidas para responder às vulnerabilidades dos adolescentes, desenvolvendo esforços de prevenção que incluam a profilaxia pré-exposição, subsídios em dinheiro e educação sexual abrangente.

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Em 2015, perto de 2 milhões de adolescentes entre os 10 e os 19 anos viviam com VIH. Na África subsariana, a região mais afetada pelo vírus, três em cada quatro novas infeções em adolescentes dos 15 aos 19 anos eram em raparigas.

1,1 milhões de novas infeções em crianças, adolescentes e mulheres

O relatório conclui ainda que foram feitos progressos notáveis na prevenção da transmissão do VIH de mãe-para-filho. Globalmente 1,6 milhões de novas infeções em crianças foram evitadas entre 2000 e 2015. Em 2015 registaram-se 1,1 milhões de novas infeções em crianças, adolescentes e mulheres.

As crianças entre os 0 e os 4 anos que vivem com VIH correm maior risco de morte relacionada com a Sida, comparativamente a todos os outros grupos etários, e são frequentemente diagnosticadas e tratadas demasiado tarde. Apenas metade dos bebés filhos de mães infetadas pelo vírus fazem o teste do VIH nos primeiros dois meses de vida, e a idade média em que se inicia o tratamento em crianças infetadas por transmissão vertical na África subsariana é de quase quatro anos.

Não obstante os progressos alcançados na prevenção de novas infeções e na redução do número de mortes, o financiamento para a resposta ao VIH/Sida diminuiu desde 2014, afirmou a UNICEF.