26 de agosto de 2013 - 10h00
As esperanças em obter um programa de rastreamento eficaz para o cancro do ovário, muitas vezes letal pela deteção tardia, aumentaram com a publicação de um estudo nos Estados Unidos.
O cancro do ovário é o quinto cancro mais comum entre as mulheres. A doença provoca grande ansiedade e preocupação, sobretudo devido aos poucos sintomas. Por outro lado, nem sempre são distintos em fases iniciais e muitas vezes as mulheres chegam ao médico de família com um cancro já numa fase irreversível.
O estudo do Centro de Investigação de Cancro da Universidade do Texas, em Houston, envolveu 4.051 mulheres e mostrou que é possível identificar tumores do ovário com precisão através de um exame de sangue e outro exame de ultrassons interno. O diagnóstico através deste sistema tem uma baixa taxa de erro, sugere a investigação.
No cancro do ovário é particularmente importante que não haja divergência entre o que os exames indicam e a realidade, isto porque a próximo passo é, geralmente, uma cirurgia abdominal, o que envolve vários riscos.
O estudo de Houston é relativamente pequeno e requer novas investigações, isto porque o tumor do ovário é raro e apenas 10 mulheres foram identificadas com a patologia. Dessas mulheres, apenas 4 estavam contaminadas com um cancro do ovário que requereu uma cirurgia imediata.
No entanto, o estudo salienta conclusões já atingidas num estudo semelhante realizado Reino Unido, mas que envolveu 300.000 mulheres. O relatório deste estudo é esperado, porém, apenas em 2015.
Os resultados de Houston foram publicados online no jornal médico da Sociedade Americana de Cancro e aumentam esperanças num diagnóstico cuja validade não foi provada num estudo anterior que envolvia quatro tipos de cancro – próstata, pulmão, colo-rectal e do ovário.
A presente investigação envolveu um exame de sangue - que mede os níveis elevados de uma proteína chamada CA125 - seguido de ultrassons transvaginais em casos suspeitos.
Porém, o nível de CA125 pode ser aumentado por uma série de outros fatores para além do cancro do ovário, incluindo cirrose de fígado, apendicite e problemas cardíacos. Muitas operações desnecessárias foram feitas ao longo dos últimos devido a um diagnóstico errado. 
O novo estudo mostra que é possível usar o mesmo teste acompanhado da análise de ultrassons e conseguir um diagnóstico mais preciso.

SAPO Saúde