Segundo Nuno Miranda, o cancro do pulmão foi o que mais mortes provocou, seguindo-se o carcinoma do cólon e reto, o da mama e o da próstata.
Os dados de 2016 são os mais recentes sobre esta doença e vão ser agora analisados, adiantou o oncologista.
A taxa de sobrevivência ao cancro está a aumentar no mundo, segundo um estudo publicado esta terça-feira na revista “Lancet”, em que se assinala que o nível de vida nos países marca as hipóteses de sobreviver, sobretudo para as crianças.
No cancro do cérebro, a taxa de sobrevivência em países como a Dinamarca ou a Suécia atinge os 80%, enquanto no México e Brasil menos de 40% das crianças afectadas consegue sobreviver pelo menos cinco anos depois de diagnosticada a doença, o que reflete "a disponibilidade e a qualidade dos diagnósticos e dos tratamentos".
Sobrevivência em Portugal
Para Portugal, a taxa de sobrevivência no cancro do cólon situa-se perto dos 60%, enquanto a taxa de sobrevivência para o cancro da mama e a leucemia é cerca de 90%, números em linha com o que se passa nos Estados Unidos e em outros países europeus.
Os Estados Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia são os países com maiores taxas de sobrevivência, refere-se no estudo Concord 3, em que foram analisados os registos de 37,5 milhões de pacientes diagnosticados com cancro entre 2000 e 2014 em 71 países.
"O cancro mata mais de 100.000 crianças todos os anos, principalmente em países de rendimentos baixos ou médios, onde o acesso aos serviços de saúde é muitas vezes deficiente e o abandono dos tratamentos é um grande problema", consideram os investigadores.
O cancro do pâncreas continua a ser um dos mais letais, com a taxa de sobrevivência global entre 2010 e 2014 situada entre os 5% e os 15% e Portugal a registar sobrevivência entre 10% e 15%.
Quanto ao cancro do pulmão, registou-se uma taxa de sobrevivência média entre 10% e 20%, um intervalo em que Portugal também está. No estudo destaca-se também que o cancro do fígado, que tem uma taxa de sobrevivência entre os 5% e os 30%, com Portugal entre os 10% e os 19%.
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